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Mandante da Chacina de Unaí é preso em Nova Petrópolis 20 anos após o crime
Norberto Mânica e o irmão foram condenados pelo crime que matou quatro pessoas
Nova Petrópolis – A Polícia Civil prendeu nesta semana Norberto Mânica, condenado pela participação na Chacina de Unaí, em Minas Gerais, em 2004. Ele é irmão do ex-prefeito de Unaí, Antério Mânica, que é o outro mandante do crime e foi condenado a 89 anos de prisão. Norberto estava foragido desde a condenação. A prisão é resultado do trabalho do setor de investigação da Polícia Civil de Nova Petrópolis comandada pelo delegado Fabio Idalgo Peres.
Norberto Mânica foi condenado a 64 anos de reclusão pelos crimes de homicídio qualificado e formação de quadrilha, conforme decidido em sentença transitada em julgado. O crime, motivado pela fiscalização de condições análogas à escravidão em propriedades rurais, chocou o país pela sua violência e premeditação. As investigações apontaram que Norberto poderia estar escondido no interior do município, na localidade de Linha Araripe. Durante a operação, o foragido foi localizado e preso sem oferecer resistência. Inicialmente, estava sem documentos e tentou ocultar sua identidade, fornecendo informações falsas. Porém, após diligências e confronto de dados, confessou ser o procurado pela Justiça. “A prisão representa um importante desdobramento para o cumprimento da pena imposta pela Justiça e reforça o compromisso da Polícia Civil do Rio Grande do Sul na localização e captura de foragidos de alta periculosidade”, diz o delegado Peres. Mânica será transferido para o sistema prisional para iniciar o cumprimento da pena determinada judicialmente.
Chacina levou a criação do Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo
A Chacina de Unaí foi um trágico evento que ocorreu em 28 de janeiro de 2004, na zona rural de Unaí, Minas Gerais. Quatro funcionários do Ministério do Trabalho e Emprego, que estavam investigando denúncias de trabalho análogo à escravidão, foram assassinados em uma emboscada. As vítimas foram os auditores fiscais Erastóstenes de Almeida Gonçalves, João Batista Soares, Nelson José da Silva e o motorista Ailton Pereira de Oliveira.
Os mandantes do crime foram identificados como os irmãos Antério Mânica, ex-prefeito da cidade, e Norberto Mânica. Antério foi condenado a 89 anos de prisão, enquanto Norberto continuava foragido até esta semana. O crime levou à criação do Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo, celebrado em 28 de janeiro.
Reportagem de: GIAN WAGNER BAUM