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Mãos que ajudaram no momento de desespero na “Curva da Morte” em Herval

24/11/2020 - 18h05min

Atualizada em 24/11/2020 - 18h08min

Mariana, agachada à esquerda da vítima, ajudou a acalmar a mulher até a chegada do socorro (FOTO: Cleiton Zimer)

Por Cleiton Zimer

Santa Maria do Herval – Mariana Muck mora perto da “Curva da Morte” e já presenciou diversas situações de acidentes e quase acidentes no trecho. No último dia 11 ela vivenciou mais uma situação que envolveu um caminhão e ônibus totalizando 17 vítimas, das quais 12 ficaram feridas. Ela foi uma das primeiras pessoas a chegar no local, ajudando no socorro.

Ela trabalha em dois turnos em geriatrias e, naquela manhã, havia acabado de chegar em casa. Tinha tomado um banho, se deitado e, logo em seguida, escutou uma buzina vindo cada vez mais perto. “Logo pensei que fosse alguém se bobeando, como sempre fazem aqui, mas percebi que não pois não parava e percebi que o caminhão descia em alta velocidade”, afirma e, lodo depois, já escutou um estrondo e pessoas gritando na rua.

<SUB> Correu para ajudar

<10> Mariana imediatamente se levantou, vestiu uma roupa e foi ao encontro do ocorrido junto com uma vizinha. Chegando ao local, viu que tinha somente o enfermeiro Eder tentando tirar as vítimas da cabine do caminhão que havia se desprendido devido ao impacto contra o muro de contenção. “Cheguei perto e pedi se tinha como ajudar em alguma coisa e, assim, tiramos o motorista e a esposa; as crianças já tinham sido levadas por alguém até o Ambulatório”.

Até então ela nem sabia que tinha feridos no ônibus no qual o caminhão tinha batido antes de colidir contra o paredão de pedras e, ao terminar de retirar as vítimas da cabine, o enfermeiro Eder foi socorrer as pessoas dentro do ônibus. “Eu fiquei com a senhora ali, tentando acalma-la para não deixar que dormisse, enquanto esperávamos o socorro chegar”.

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<T> “Agi por impulso”

<10> Como trabalha em geriatrias cuida de pessoas o tempo todo. Mesmo não atuando como técnica, os anos na profissão fizeram com que soubesse como agir naquele momento turbulento e, assim, acalentou um pouco da dor e desespero da mãe que não sabia o que tinha acontecido com seus dois filhos pequenos e o marido. “O nome da senhora é Flávia, estava consciente, um pouco confusa e pedia muito pelos filhos e o marido. Perguntou várias vezes o que tinha acontecido e onde estava”.

Testemunhas viram o esforço de Mariana em prontamente ajudar, assim como outras pessoas também o fizeram, elogiando a atitude. Ela, por sua vez, explicou que “agiu por impulso, só queria ajudar no que fosse necessário”.

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<T> Somente feridos

<10> O caminhão descia a VRS-873 e, devido a problemas mecânicos, o motorista perdeu o controle do veículo colidindo lateralmente com um ônibus onde tinha 13 pessoas que estavam se deslocando para o Frigorífico Boa Vista à trabalho. Depois, acertou um muro de contensão levando a cabine a se desprender; dentro havia o motorista, sua esposa e dois meninos de dois e três anos.

Apesar da gravidade do acidente só houve feridos. O homem e a esposa tiveram fraturas e as crianças apenas escoriações. Dentro do ônibus, duas pessoas tiveram fraturas e oito tiveram somente ferimentos leves.

<SUB> 27 acidentes e seis mortes

<10> Esse foi o 27° acidente no mesmo local, onde seis vidas já foram perdidas. Os moradores pedem por providências, mas, nada foi feito e não há indicativo por parte do Daer e Prefeitura para uma solução. Em nota, o Daer respondeu que a causa dos acidentes é a imprudência dos motoristas e que há placas sinalizando que a velocidade é de 50 hm/h.

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