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Marido que matou catequista em Estância segue preso no Norte do País
POR GUILHERME SPERAFICO
Estância Velha – Desde outubro do ano passado, Cesar Velho está preso no Estado do Amazonas, Norte do Brasil. O criminoso, de 58 anos, é acusado de matar de forma covarde e cruel a própria esposa, a catequista Elaine Maria Tretto, em 2017, em Estância Velha. Depois de ficar foragido por cinco anos, ele foi capturado pela Polícia Civil local quando, junto de uma mulher, foi autuado em flagrante por falsificação de documento.
Na ocasião, Cesar tentou emitir uma carteira de identidade sob o nome de Celso Bernardo de Oliveira. Um policial civil, responsável pelo posto de identificação, percebeu que ele estava muito nervoso, apresentava uma certidão de nascimento com informações inconsistentes e acionou a equipe de investigação da delegacia. Foram feitas diligências e a polícia conseguiu descobrir sua real identidade e viu que, contra ele, havia o mandado de prisão por homicídio qualificado em Estância Velha.
Não há previsão de transferência
Nos dias seguintes à prisão, havia expectativa de que, em poucos dias, Cesar Velho seria transferido para a região. Entretanto, conforme o promotor de Justiça do Ministério Público (MP) de Estância Velha, Bruno Amorim Carpes, não há previsão para que isto ocorra. “Ele tem uma prisão preventiva decretada pelo crime que cometeu lá, pelo Judiciário daquela Comarca. O fato dele estar preso no Amazonas, não afeta o andamento do processo. Não há prazo para ser transferido”, esclarece.
Carpes explica que, por estar no mesmo país, não há problema o fato de ser ainda concretizada a vinda do criminoso para o RS. “Só há motivo para ele ser transferido quando não estiver mais preso pela Justiça do Amazonas. Aí haverá motivo para transferência. Caso esteja preso por lá no momento do júri (em Estância), ele terá de ser deslocado para estar presente no julgamento. Tratando-se de mesmo país, ele pode cumprir pena em qualquer território por se tratar de mesma jurisdição. Isso é uma questão muito mais administrativa prisional, do que jurisdicional”, esclarece Carpes.
Processo continua
Após as investigações da Polícia Civil de Estância Velha, que ainda em 2017 identificou o marido como o principal suspeito de matar a esposa, o inquérito foi concluído e remetido ao MP, que, por sua vez, apresentou denúncia à Justiça. O fato dele estar solto, porém, fez com que o processo não pudesse ter andamento.
Com a captura, o promotor explica que o trâmite judicial teve continuidade. “Ele foi devidamente citado (comunicado do processo), apresentado resposta à acusação e designado audiência de instrução, marcada para 30 de maio deste ano. Ele acompanhará a audiência e, se for o caso, fará o interrogatório por meio virtual”, conclui o promotor.
Relembre o caso
No dia 31 de agosto de 2017, por volta das 19 horas, no interior da Paróquia Nova Estância, em Estância Velha, Cesar Luís Velho entrou no local porque possuía cópia da chave. Armado, ele surpreendeu a vítima durante a aula de catequese, amarrou e amordaçou os alunos e, em seguida, vendou os olhos da vítima, amordaçou-a e atou seus punhos com anilhas plásticas.
Depois, ele a arrastou ao banheiro e a espancou com inúmeros golpes no rosto, tórax e membros. Ele a asfixiou com a utilização de um laço de corda ao redor do pescoço.
De acordo com as investigações, a vítima queria o divórcio e, como o denunciado não queria partilhar o patrimônio comum do casal, decidiu cometer o assassinato.