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Medidas do governo do Estado podem afetar as escolas da Região
Região – A Câmara de Vereadores de Linha Nova deve votar, nesta quinta-feira, 7, uma moção de protesto e repúdio contra as alterações no plano de carreira dos professores estaduais. Segundo os edis, esta é uma precaução da classe política do município com um possível e gradual remanejamento de vagas do Ensino Médio, que poderá afetar toda a região da Encosta da Serra.
De acordo com a vereadora Éverli Wingert (PSB), a precaução é sobre a reforma no plano de carreira do magistério estadual, que deve deixar menos atrativa a classe de professor. Segundo ela, a moção deve ser aprovada pela maioria dos vereadores de Linha Nova, que também temem pelo fim do Ensino Médio no município.
A vereadora relembra ainda que no último ano, o Governo do Estado tentou converter a Escola Estadual Pastor Heinrich, em Linha Nova, em turno único, para contenção de gastos, fato que foi revertido após pressão da comunidade. Com as discussões atuais sobre a reforma administrativa, o entendimento dos vereadores é que muitos professores vão pedir aposentadoria, aumentando a defasagem no magistério estadual.
Wingert ressalta que esta mudança deverá ocorrer de forma gradativa. “Da maneira como está sendo apresentada esta reforma, pouco a pouco os professores não vão se sentir atraídos pelo plano de carreira, tanto é que eles já estão pedindo aposentadoria, e os novos, que precisam entrar para suprir o deficit, não virão”, destaca a vereadora.
Preocupação
Ainda não foi feito um levantamento sobre o quanto o fechamento do Ensino Médio poderia afetar em Linha Nova, mas o estudo deve ser feito após a votação da moção de repúdio. Mas, de acordo com a vereadora, o impacto poderá ser maior. “É uma preocupação não só com Linha Nova, mas também com outros municípios pequenos da nossa região que podem sofrer com a perda gradativa de professores e, possivelmente, o remanejamento das vagas no Ensino Médio. Assim, os alunos precisariam estudar fora”, finalizou Wingert.
Após, se aprovada, a moção será encaminhada aos deputados para levar o debate até a Assembleia Legislativa, e discutir as melhores alternativas em conjunto com os parlamentares. O documento também deverá ser encaminhada ao Governo do Estado e à Secretaria Estadual de Educação.
A apreensão por conta da alteração do plano de carreira
A reportagem do Diário entrou em contato com as escolas estaduais da região para saber se a comunidade está preocupada com estas questões relativas ao Ensino Médio. Conforme apurado, a maioria dos municípios não debateram sobre o assunto ou não apresentam preocupação quanto ao tema.
Linha Nova – De acordo com a vice-diretora da Escola Estadual Pastor Heinrich, Ivone Fritz, a precaução da vereadora seria mais pelo plano do magistério, pois a escolha tem turmas cheias no Ensino Médio. “Fechar turma a gente acredita que não, mas nossa discussão é mais sobre a alteração no plano e atraso de salários. Se acontecer, já estaremos preparados, mas não temos informação sobre o fim”, destacou Fritz.
São José do Hortêncio – De acordo com a diretora do Insituto Estadual Alfredo Oscar Kiefer, Marlene Backes, ainda não houve o debate sobre este tema. “Não existe ainda esta discussão na comunidade escolar, mas há uma preocupação quanto à questão dos salários e sobre este projeto de alterações no plano de carreira”, comentou a diretora.
Presidente Lucena – Na Escola Estadual Guilherme Exner não há esta preocupação com relação ao fim do Ensino Médio, mas uma apreensão com relação à mudanças no plano de carreira. “É um tema que ainda não foi debatido, nenhum pai nos questionou sobre isso, mas estamos sim bem apreensivos sobre as alterações, pois nós não temos o conhecimento da proposta do governador, que ficou de encaminhar ainda este ano, mas até agora não a fez”, finalizou Davi Schmitzhaus, vice-diretor da escola.
Procuradas pela reportagem do Jornal O Diário, as diretorias das Escolas Estaduais Mathias Schütz, de Ivoti, e Walter Herrmann, de Lindolfo Collor, não quiseram se manifestar sobre o tema.
“Estarei atento à situação”
O representante da região no parlamento estadual, Issur Koch (PP), destacou que não há definição sobre o tema por parte do Governo do Estado, mas que pretende levar a discussão da comunidade à Assembleia Legislativa. “Não recebemos nada oficialmente sobre o assunto. Enquanto vice-presidente da Comissão de Educação, estarei atento à situação e trarei a discussão a este espaço de intermédio entre o Parlamento e o Governo, para evitarmos prejuízos aos estudantes e ao andamento de sua formação”, afirmou Issur Koch.