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Memorial Amstad é reinaugurado em Nova Petrópolis

23/05/2023 - 17h15min

Estátuas de padre Amstad e da mula Diana (Créd.: Dário Gonçalves)

Nova Petrópolis – Um evento marcado pelo resgate, valorização e continuidade da história. Assim foi a reinauguração do Memorial Amstad, no espaço da Casa Cooperativa de Nova Petrópolis, situado no prédio histórico da antiga Caixa Rural de Linha Imperial, na manhã desta terça-feira, 23.

O momento foi presenciado por centenas de pessoas, incluindo autoridades municipais, regionais e estaduais, como a secretária-adjunta de Cultura do Rio Grande do Sul, Gabriella Meindrad. Além de diversos veículos de imprensa, Banda Municipal de Nova Petrópolis, Coral Infantil e comunidade em geral.

A solenidade teve início às 10h30, com a apresentação encantadora d’As Pequenas Cantoras de Nova Petrópolis. O coral de lindas vozes também foi o responsável por embalar, junto à Banda Municipal, o desenlace da fita que inaugurou o espaço dedicado à história do Cooperativismo de Crédito na localidade e no Brasil.

Memorial fica dentro da Caixa Rural de Nova Petrópolis (Créd.: Dário Gonçalves)

A história

Em sua fala, o presidente da Central Sicredi Sul/Sudeste da Sicrei, Márcio Port, relembrou os ciclos do prédio onde hoje está o Memorial, e tudo o que foi preciso para que este momento chegasse. “Nossa história pode ser definida em três ciclos: o de crescimento, o de declínio e o de prosperidade, que vem dos anos de 1980 e segue até hoje”, disse. Port falou também sobre a dificuldade que os 1.200 associados tiveram, em 1954, para transformar o prédio, que começou a ser construído cerca de uma década antes, em sede da Sicredi.

Em 1967, a sede precisou ser transferida para o centro de Nova Petrópolis devido às leis da ditadura que não permitiam filiais entre cooperativas. Então, o prédio foi vendido para Emiliano Hillebrand, que anos mais tarde perdeu o imóvel em uma ação trabalhista, passando para a família de Martha Drei. Em 2012, após meses de negociação, o prédio foi recomprado pela Sicredi e, no ano seguinte, iniciou-se os estudos para o restauro e readequação da Caixa Rural, que teve início em 2018 e, em junho de 2021, a parte externa foi reinaugurada. “Uma história centenária só se constrói quando reconhecemos que nada se faz sozinho. Depois de nós, muitos outros virão e caberá a eles dar sequência”, acrescentou Port.

Márcio Port em sua fala ao público (Créd.: Dário Gonçalves)

Benção Ecumênica

Após as falas dos responsáveis pela Casa Cooperativa, foi a vez da benção ecumênica do padre Délcio Ritter, da Paróquia São Lourenço Mártir de Linha Imperial, pastor Giovane, também de Linha Imperial, e do bispo católico, arcebispo-emérito de Porto Alegre, Dom Dadeus Grings, que nasceu na localidade no ano de 1936. Padre Délcio, que mora na casa anexa à Igreja de Linha Imperial, disse que quando olha pela janela, enxerga também ao passado. “Eu sou o 42º padre que mora nessa casa construída pelo Amstad, o 1º foi ele. Quando olho pela janela e vejo aqueles campos, aquele potreiro, eu fico imaginando que ali a Diana, a mula do padre Amstad, pastava”, afirmou. Em seguida, o público rezou o Pai Nosso.

Dom Dadeus, padre Délcio e pastor Giovane fizeram a benção ecumênica (Créd.: Dário Gonçalves)

Cooperação para crescer

Depois foi a vez do prefeito Darlei Wolf se pronunciar e valorizar a união de esforços da iniciativa privada, pública e o governo do Estado. “É uma alegria muito grande podermos participar da entrega total deste prédio, em que muitas pessoas se envolveram ao longo da história. Também dizer da importância de manter a originalidade, pois isto faz toda a diferença. Sem dúvida nenhuma, a história contada aqui pela Sicredi nos remete àquilo que padre Amstad tentou e conseguiu fazer com excelência: unir todos os povos, todas as religiões, para fazer o cooperativismo crescer e prosperar cada vez mais”, disse.

Por sua vez, o deputado estadual, Elton Weber, também destacou que a receita do sucesso é trabalhar em cooperação com os demais “Este é um lugar onde precisamos visitar e trazer as pessoas para mostrar a história do cooperativismo”, comentou sobre o Memorial.

O memorial

Com o desenlace da fita feito e as portas abertas, um grupo de convidados, previamente estabelecidos, pôde entrar e conferir as novas instalações. Em seguida, o público geral também pôde conferir. O local conta com um inovador arquivo histórico que conta de forma lúdica e interativa a história de como o cooperativismo impulsionou o desenvolvimento de uma região colonial que contava, na época, com pouco acesso a ferramentas de desenvolvimento econômico e social.

Memorial fica dentro da Caixa Rural de Nova Petrópolis (Créd.: Dário Gonçalves)

Logo na entrada, o visitante se depara com estátuas em tamanho real do padre Amstad e da mula Diana, sua companheira de viagens. Mais adentro, uma réplica do navio que trouxe imigrantes alemães para o Brasil, o Patagônia, seguido pela história de Nova Petrópolis contada por objetos, monitores e painéis que mostram como o município se tornou a Capital Nacional do Cooperativismo. Quem quiser conferir, basta se direcionar até a rua José Otto Neumann, 430, em frente a praça de Linha Imperial.

Após o evento de inauguração, a Bandinha Típica Saxônia conduziu todos os convidados para o almoço festivo no Salão da Comunidade Católica de Linha Imperial. No local, também estava presente uma maquete rica em detalhes da Caixa Rural e de toda a Praça Theodor Amstad exposta pelo Mini Mundo, de Gramado.

Maquete do Mini Mundo sobre a Caixa Rural (Créd.: Dário Gonçalves)

 

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