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Mesmo sem as duas pernas, morador de Nova Petrópolis supera adversidades
Por Geison M. Concencia
Na divisa entre Linha Nova e Nova Petrópolis, na localidade de Vila Olinda, existe um homem de 45 anos que impressiona a todos. Durante quase toda a sua vida, Gerson Kich aprendeu a usar seus braços no lugar das pernas, sem cadeira de rodas.
Ele nasceu com uma má formação das pernas, que impediu o crescimento delas. Desde a infância, teve que usar a força dos braços para se locomover, pois, na época, ele não tinha cadeira de rodas. Durante muito tempo, ele desenvolveu sua mobilidade com as mãos, sem encostar seus pés, que não podem se mover, no chão, apenas se equilibrando com os braços.
Kich até prefere desse jeito, pois se acostumou desde a infância assim. Ele conta, que para ir à escola, adaptou uma carreta para colocar em suas pernas, e empurrá-la com os braços. Porém, nos últimos anos, começou a ter problemas com os dois. Segundo os médicos, os membros superiores não foram adaptados para carregar o peso do corpo, obrigando a andar com cadeira de rodas.
Mesmo diante de tantas adversidades, Kich consegue superá-los. Ele conta com orgulho que começou a trabalhar com dez anos, ajudando a família no interior de Linha Nova. Hoje, trabalha em uma fábrica de móveis, ajuda a revender conservas e faz indicações de clientes para uma empresa de equalizadores de água. “Nunca foi uma dificuldade para mim, pois nasci assim e me acostumei desde a infância”, lembrou Kich.
“Nunca foi uma dificuldade para mim, pois nasci assim e me acostumei desde a infância”
Rotina matinal
O morador de Vila Olinda comenta que levanta às 5h para começar os preparativos de um dia normal de trabalho. Hoje, ele não precisa mais usar a carreta adaptada, pois tem seu próprio carro, fruto de muito trabalho e dedicação. O veículo é adaptado para sua condição.
Além do carro, a casa também tem móveis adaptados para que ele possa fazer suas tarefas como lavar louça, limpar a casa, cozinhar e demais trabalhos domésticos.
Superação
Gerson faz questão de enfatizar que nunca sentiu muitas dificuldades para lidar com as tarefas do dia a dia. “Nunca foi uma dificuldade para mim, pois nasci assim e me acostumei desde a infância”, disse Gerson.
Por outro lado, o morador de Nova Petrópolis lembra da juventude, quando, por vezes, sentia-se pouco excluído nas festas.
Admiração de amigos
Gerson é admirado por companheiros de trabalho. Sua dedicação chamou a atenção de Blasius Iraci Zaro, que revende equalizadores de água. “Uma pessoa simples, mas com um coração generoso. Às vezes prefere ajudar os outros de que se ajudar a si”, comentou Zaro.
A admiração por Gerson se tornou tão grande, que Zaro convidou o colega para trabalhar com ele aos finais de semana, indicando potenciais clientes para os produtos que revende.
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