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Morre Mary Terezinha, ícone da música gaúcha e eterna parceira de Teixeirinha
O Rio Grande do Sul se despede de um dos maiores nomes de sua música regionalista. Morreu nesta segunda-feira (30), aos 79 anos, em Porto Alegre, a cantora e acordeonista Mary Terezinha. A informação foi confirmada pelo filho da artista, Alexandre Lima Teixeira. Ela faleceu durante a tarde, no lar onde residia, em decorrência de causas naturais agravadas por complicações após uma queda, que resultou na fratura do fêmur.
Mary Terezinha ficou nacionalmente conhecida por sua longa e intensa parceria musical com o cantor Teixeirinha. Juntos, eles protagonizaram 12 filmes e gravaram centenas de canções ao longo de mais de duas décadas. Sua presença nos palcos, rádios e programas de televisão marcou gerações e consolidou sua imagem como uma das artistas mais queridas do Estado.
Uma trajetória de paixão pela música
Nascida em março de 1946, em Tupanciretã, Mary teve uma infância de mudanças entre diferentes municípios do Rio Grande do Sul, até a família se fixar em Bagé. Foi ali que ela, ainda com sete anos, começou a tocar acordeom, encantando a comunidade local com sua habilidade precoce.
Sua paixão pela música abriu portas que mudariam o rumo de sua vida. Ainda na adolescência, foi convidada a acompanhar Teixeirinha em uma apresentação. A partir desse encontro, nasceu uma parceria artística e também uma relação pessoal, que duraria 22 anos e resultaria no nascimento de dois filhos: Alexandre e Liane.
Sucesso nas telas e nos palcos
O trabalho conjunto rendeu dezenas de LPs e shows por todo o Brasil. Entre 1967 e 1981, Mary e Teixeirinha estrelaram 12 filmes, ampliando ainda mais a popularidade da dupla. Mary ficou conhecida como a “Teixeirinha de saias”, um reconhecimento à sua força interpretativa e talento com a gaita.
Após o fim da parceria com Teixeirinha, em 1984, Mary seguiu novos caminhos. Em 1992, publicou a autobiografia A Gaita Nua, onde relatou detalhes de sua vida pessoal e profissional.
Na segunda metade da década de 1990, abraçou a fé evangélica e passou a se dedicar à música gospel, lançando seis CDs com composições autorais, mas sempre preservando as raízes da música regional em suas melodias.
O afastamento dos palcos
Nos últimos anos, Mary se manteve afastada dos palcos e da vida pública, principalmente por problemas de saúde. Segundo o filho, as dores na coluna e o isolamento durante a pandemia contribuíram para esse afastamento.
Em uma de suas últimas entrevistas, concedida em 2022, Mary refletiu sobre sua trajetória: “Eu fui feliz. Sou feliz. O que vivemos foi um milagre”, disse.
O local e a data do velório ainda não foram definidos, mas, segundo a família, a cerimônia será pública para que fãs e admiradores possam prestar a última homenagem.
