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MP apura suposta compra de emenda em projeto de Plano Diretor
Bento Gonçalves – Pelo visto não é apenas em Brasília que há suspeita de compra de emenda ao Plano Diretor e emendas para beneficiar empresas. Há suspeita de que chegou ao Estado.
O Ministério Público do Rio Grande do Sul abriu um inquérito civil na tarde desta segunda-feira (14) para apurar uma suposta compra de emenda para o projeto de lei que discute o Plano Diretor de Bento Gonçalves, na Serra. A investigação começou depois que moradores denunciaram que uma construtora teria pago para um grupo de vereadores apresentar uma emenda ao projeto, que está em pauta na Câmara Municipal há dois anos.
A suspeita é que seis vereadores tenham recebido R$ 40 mil para apresentar a emenda que permitiria a construção de prédios mais altos no chamado Corredor Gastronômico, no bairro São Bento, local muito frequentado por turistas e moradores da cidade. Uma das bases da denúncia é uma conversa do vereador Gustavo Sperotto (DEM), gravada por moradores durante uma reunião com lideranças locais. “Eles me ofereceram R$ 40 mil. Eu não assinei. Teve seis vereadores que assinaram”, diz o Sperotto na conversa.
Mais tarde, questionado sobre a conversa, preferiu não comentar. “Na realidade, eu escutei o áudio, mas acho que pode ter muitas edições nesse áudio, então é isso que eu quero verificar junto ao MP, dessa veracidade, para depois falar para a imprensa sobre tudo”, diz Sperotto.
A Promotoria de Justiça vai identificar os possíveis vereadores e investigar a relação entre a emenda assinada pelos parlamentares e o conteúdo do áudio.
O presidente da Câmara Municipal de Bento Gonçalves, vereador Moisés Scussel Neto (PSDB), disse que vai aguardar as investigações para se posicionar sobre o assunto.
“A posição da Câmara é de cautela, por saber que é um início de investigação e para esperar os desdobramentos dessa investigação conduzida pelo Ministério Público”, justifica.