Conecte-se conosco

Destaques

Mulheres marcadas pela dor: a luta contra a violência doméstica

07/08/2019 - 07h00min

Atualizada em 07/08/2019 - 08h33min

Região – Hoje, dia 7 de agosto, a Lei Maria da Penha completa 13 anos de existência. De 2006 para cá, ela sofreu alterações para garantir o máximo de direitos para as vítimas de violência doméstica e familiar. São cinco tipos de violência previstos na lei: psicológica, sexual, moral, patrimonial e física.

Por conta desta data, o Diário apresenta duas histórias marcantes de mulheres que superaram a dor para sair do ciclo de humilhações e agressões.

MARIA, A CORAJOSA

“Ele vinha para casa e judiava de mim. Me maltratava, dava socos, chutes”. Essa era a rotina de Maria, a mulher que vamos preservar a identidade porque ainda tem medo de morrer. Ela resolveu contar as suas histórias para alertar mais mulheres a relatar a violência que sofrem no dia a dia.

A história de Maria se confunde com tantas outras. Começa com xingamentos, humilhações, depois vem os empurrões, apertos nos braços, até chegar nos socos, pontapés e ameaça com armas ou facas. Os socos eram constantes, principalmente nos finais de semana, após o ex-marido ingerir bebida alcoólica.

Em uma das ocasiões, Maria chegou a ficar duas horas sentada com sua filha sendo ameaçada. “Eu disse que chamaria a polícia, ele disse que tinha uma faca. Dizia que ia matar o policial e depois se matar. Imagina como eu ia ter tempo de pegar o telefone? Vai saber se até eu chegar onde pega (o sinal do celular), ele não teria feito algo a mais?”, contou ela.

O RENASCIMENTO

Maria leu no Diário sobre o projeto Help Me e a luta para denunciar a violência contra a mulher. Pediu ajuda após ler a reportagem e resolveu denunciar o abusador. Conseguiu com que ele tenha que ficar longe. Para ela, foi um momento de renascimento. Mas, Maria ainda tem medo. “Ele não respeita (medida protetiva), segue incomodando, tenho medo dele. Quantas coisas a gente vê na TV sobre feminicídio, tenho medo de acontecer comigo”, falou.

FORÇA

A nossa personagem concedeu entrevista muito emocionada. São apenas três meses longe daquele que usou da força para tentar acabar com a sua autoestima. Maria sofreu muito, mas resolveu sair desta situação. Ela teve ajuda e dá um bom conselho para quem passa por situações de violência. “Tenham força. Ponham na cabeça: precisa se livrar disso, precisa de ajuda, é importante a denúncia. Nós mulheres já sofremos demais pela vida toda”, finalizou.

Conteúdo EXCLUSIVO para assinantes

Faça sua assinatura digital e tenha acesso ilimitado ao site.