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Nova Petrópolis: casal do Pinhal Alto celebrou 60 anos da primeira comunhão

07/06/2022 - 10h07min

Afonso mostra a fotos da turma e Renilse a lembrança da 1ª comunhão (Créd.: Dário Gonçalves)

Nova Petrópolis – Quando esta foto em preto e branco foi tirada, em 31 de maio de 1962, Renilse e Afonso não sabiam, que na última terça-feira, 31, celebrariam juntos os 60 anos da 1ª comunhão. Na época, os dois tinham apenas 11 anos e faziam parte de duas turmas, cada um de uma, compostas por 26 meninas e 16 meninos no total. Nem se conheciam, mas era o início de uma história que já dura quase cinco décadas de união. Hoje, os dois estão casados há 49 anos, tiveram uma filha e têm duas netas. Coincidência ou não, vivem bem pertinho, menos de 250 metros da Igreja Imaculado Coração de Maria, no Pinhal Alto, onde a foto foi tirada.

Maria Renilse e Afonso Romeu Kunh viveram praticamente toda a vida no Pinhal Alto. Foram catequizados pelas professoras Sidônia Seger e as irmãs Lucilda e Madalena Weber. O padre era João Ermillo Weizenmann. Renilse conta que na época tudo era muito diferente e que estes foram os primeiros passos na vida religiosa. “As meninas se vestiam de noivas e os meninos de noivos”, relembra. Ela é a garota loira, de véu e grinalda em frente à professora Sidônia, na parte esquerda da foto. Já Afonso é o último menino da fileira de cima, logo abaixo da janela, na parte direita. “A gente só foi se conhecer mesmo anos depois. Mas no dia dessa foto foi a primeira vez que estivemos juntos”, conta Afonso.

Foto tirada em 31 de maio de 1962 (Créd.: Arquivo Pessoal)

O casamento

O tempo passou e, aos 18 anos, se conheceram em um baile e começaram a se encontrar nas festas das comunidades. Começaram a namorar e quatro anos depois, no dia 10 de fevereiro de 1973, se casaram na mesma igreja em que fizeram a comunhão, ali mesmo, no Pinhal Alto. Entre os presentes, estavam os irmãos Romeu e Remi, gêmeos que em 2021 completaram 50 anos como padres. “Na época eles estavam começando como padres e rezaram nossa missa de casamento. Mas eles eram muito agitados, faziam muita bagunça”, explica Renilse.

Vida religiosa

O casal nunca deixou a vida religiosa e, sempre que possível, frequenta as missas até hoje. Afonso não fica um dia sem rezar o terço em sua casa, junto às fotos da família. Viveram um tempo em Novo Hamburgo, mas as raízes falaram mais alto e retornaram para Nova Petrópolis. Por décadas ele trabalhou na fundição Alca, próximo ao antigo salão Schimitt, na Vicente Prietto. Ela, também pela maior parte da vida de trabalhadora, foi funcionária da Dakota. Paralelo a isso, mantiveram uma vida como produtores rurais. Pararam só quando Afonso adoeceu e precisou de maiores cuidados.

Renilse, com Afonso, segura a foto da turma tirada em frente a Igreja em que estão (Créd.: Dário Gonçalves)

60 anos depois…

Para marcar os 60 anos da 1ª comunhão, Renilse queria que a foto dela, de Afonso, e de toda a turma, saísse n’O Diário, para ficar registrada para sempre. Mas o registro valia mais que apenas um túnel do tempo que sai todas às quartas-feiras. Por isso, a reportagem foi até o lar do casal para ouvir e poder contar essa história. O encontro ocorreu na sexta-feira, 4, cinco dias depois do aniversário de seis décadas da foto.

Foi o único dia da semana em que o céu estava limpo e o sol brilhava. Isso possibilitou que os dois caminhassem, ainda pela manhã, até a Igreja Imaculado Coração, para estarem novamente ao local em que se encontraram pela primeira vez, longínquos 60 anos antes, mas ainda muito vivos na memória.

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