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Nova Petrópolis: depoimento de homem que matou Dudu do Vale Verde fica para próxima audiência
Nova Petrópolis – Estava previsto para a manhã desta quarta-feira, 8, a versão do homem acusado pelo assassinato de Eduardo Miguel da Silva Delvalle, de 24 anos, ocorrido em junho do ano passado. No entanto, o réu, de 51 anos, não deu seu depoimento porque outras duas testemunhas que presenciaram o crime, deveriam ter sido ouvidas, mas não foram localizadas. O homem, que responde em liberdade, acompanhou por videoconferência, e acompanhado de sua advogada, as oitivas das demais testemunhas.
O primeiro a prestar depoimento foi o delegado da Polícia Civil, Fábio Idalgo Peres, seguido pelo também policial Hamilton Link. Ambos contaram como tiveram conhecimento da morte de Eduardo, conhecido como Dudu do Vale Verde. Inicialmente, conforme declarou Peres, a autoridade policial estava prestes a decretar a prisão em flagrante de Raquiel Sartori, o Chavinho, proprietário do bar onde Dudu foi morto. No entanto, o próprio Chavinho mostrou imagens das câmeras de segurança onde fica claro que o autor da facada era um cliente que já estava no bar.
Também deram suas versões sobre o ocorrido, um amigo e a esposa de Dudu, de 38 e 25 anos, respectivamente, que estavam com ele no momento em que tudo aconteceu, De acordo com os dois, estava ocorrendo uma confraternização na casa de Dudu para comemorar uma vitória em uma partida de futsal. Quando a cerveja acabou, o trio foi ao Bar do Chavinho para comprar mais bebidas. O carro em que eles estavam pertencia ao amigo, que desejava vender a caminhonete para Dudu. Por isso, era Eduardo quem dirigia até o estabelecimento.
Início da briga
Ao chegarem no Bar do Chavinho, próximo às 23 horas do dia 9 de junho de 2022, Chavinho reclamou do som alto que vinha da caminhonete e ambos iniciaram uma discussão logo na entrada. Já dentro do bar, os ânimos se acirraram e Chavinho teria dito que não venderia a Dudu. Por diversas vezes o rapaz tentou ir para cima de Chavinho, que estava atrás do balcão, mas era contido pelo amigo e pela esposa. A discussão teria ficado mais acalorada quando Dudu teria dito que ele mandava na cidade, ao passo que Chavinho respondeu “mas no meu bar mando eu”.
Durante toda essa discussão e tentativas de agressão, um dos três clientes que já estavam no local saiu do bar e, cerca de três minutos depois, retornou com uma faca. O homem acompanhou a briga de longe e, então partiu para cima de Dudu, proferindo-lhe um soco na cara. Iniciou-se uma briga generalizada e de, maneira imperceptível aos presentes, o homem deu um golpe fatal no peito de Dudu e guardou a faca rapidamente.
O rapaz foi levado ao hospital pelo amigo e pela esposa, mas não pôde ser salvo. Por sua vez, o homem que o assassinou foi para casa dormir. Em depoimentos anteriores, ele disse que não conhecia Dudu e que lembrava pouco do que tinha acontecido pois havia bebido, contudo, afirmou que fez isso para proteger Chavinho, que estava sendo intimidado por Dudu.
Testemunhas ausentes
Três testemunhas não compareceram à audiência. Uma delas era um policial militar que esteve no local após o crime. Todavia, o juiz Franklin de Oliveira Netto considerou que sua fala não era de suma importância e abriu mão do depoimento. Já os outros dois que não compareceram eram os clientes que já estavam no bar e também presenciaram toda a confusão, seguida pelo crime.
A advogada de defesa do homem que matou Dudu disse que abriria mão do depoimento destes dois por não ter conseguido encontrá-los. Porém, o advogado de acusação, que representa a família protestou, considerando essencial ouvir estas testemunhas. Por conta disto, de não poder ouvir partes consideradas de suma importância, o réu pelo assassinato não pôde ser ouvido e uma nova audiência será marcada.