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Nova Petrópolis: estacionamento rotativo esvazia vagas no Centro
Nova Petrópolis – O estacionamento rotativo completa um mês de cobrança nesta quinta-feira (07), e a modalidade tem trazido mudanças ao comércio. Antes era comum ver as vagas da área central lotadas, cenário inverso ao atual. Agora as vagas sobram e afeta alguns comerciantes.
A reclamação dos lojistas é que os clientes não frequentam o comércio como antes, pois não querem pagar para estacionar próximo às lojas. Para ficarem isentos da tarifa, precisam deixar seus carros longe de onde gostariam de ir.
Vagas próximas ao comércio ficam vazias (Créd. Dário Gonçalves)
Para Ricardo Schaab, proprietário do restaurante Casa Nova, as mudanças podem fazer com que ele feche seu estabelecimento. Ele conta que perdeu 20% de clientes, a justificativa é que os motoristas não querem pagar, e buscam vagas gratuitas, mais afastadas e longe do restaurante. Dessa forma, pessoas comem em outros locais, próximos onde estão seus veículos.
“Clientes vinham de longe e agora não vêm porque não podem estacionar perto. Perdi famílias inteiras, que agora almoçam em restaurantes próximos de onde estacionam sem pagar”, conta. Já os clientes que continuam em seu restaurante, gastam mais por conta da vaga. “Aumentaram o meu almoço sem me questionarem”, afirma.
Ricardo Schaab, dono do Casa Nova (Créd. Dário Gonçalves)
Alternativas
Uma alternativa proposta por ele, é que não se cobre o estacionamento por uma hora durante o almoço, do meio-dia às 13 horas, e que passe a cobrança para uma hora após, até as 18 horas. Ricardo acha que essa implementação foi feita sem estudo prévio, pois o problema ainda existe, mas agora em outras ruas.
O pagamento do estacionamento para o cliente por parte do restaurante foi considerado, mas a opção descartada. “Não compensa. Tem cliente que compra para R$ 8,00, aí eu ainda teria que arcar com R$ 1,00. Eu paguei R$ 120,00 de estacionamento desde que foi implantando É inviável!”, reclama.
“Se continuar assim, não me resta alternativa, terei que fechar. E aí são cinco funcionários durante o dia e sete à noite que iriam para a rua. Se eu aumentar o almoço, fica mais caro pro cliente e perco eles da mesma forma”, diz. Também acha que essa questão não é benéfica nem mesmo para a Prefeitura, já que, com clientes a menos, ele passou a comprar menos produtos, e consequentemente, pagando menos impostos.
Embora Ricardo concorde que algo deveria ser feito, acredita que a medida foi mal calculada pelo município. Para ele, 900 vagas rotativas são demais, já que não enchem nunca. “Onde não é cobrado, está lotado. Talvez se tivessem feito somente 400 ou 500 vagas, seria suficiente”, conclui.
- Motorista fazendo uso do parquímetro (Créd. Dário Gonçalves)
- Sobram vagas no estacionamento rotativo (Créd. Dário Gonçalves)
- Sobram vagas no estacionamento rotativo (Créd. Dário Gonçalves)
- Sobram vagas no estacionamento rotativo (Créd. Dário Gonçalves)
- Sobram vagas no estacionamento rotativo (Créd. Dário Gonçalves)
- Sobram vagas no estacionamento rotativo (Créd. Dário Gonçalves)
- Sobram vagas no estacionamento rotativo (Créd. Dário Gonçalves)
- Sobram vagas no estacionamento rotativo (Créd. Dário Gonçalves)
- Sobram vagas no estacionamento rotativo (Créd. Dário Gonçalves)
- Sobram vagas no estacionamento rotativo (Créd. Dário Gonçalves)
Outro lado
Noeli Hansen, sócia-proprietária da Sorvelândia, na Av. XV de Novembro, diz que desde que houve a implementação do rotativo, houve períodos de frio e chuva, o que influenciou nas vendas de seu produto. Ainda assim, acredita que os clientes aumentaram, pois agora encontra-se vagas em frente ao estabelecimento.
Antes, segundo ela, as vagas eram ocupadas por funcionários do comércio, tirando lugares de possíveis clientes, situação que se reverteu. Como usuária do estacionamento, Noeli também aprova. “Posso ir ao Centro, deixar o carro estacionado no local mais próximo de onde preciso, e fazer tudo o que é quero”, conclui.
Noeli Hansen, sócia-proprietária da Sorvelândia (Créd. Dário Gonçalves)
Estacionamento privado
Movimento em estacionamento privado aumentou (Créd. Dário Gonçalves)
De acordo com Jeferson, responsável por um estacionamento privado, o movimento de clientes subiu 20% a 30% no último mês. “O que aumentou muito foi o convênio com empresas para que seus funcionários possam deixar seus veículos enquanto trabalham. Mas acho que melhorou bastante, porque sempre se encontram vagas livres”, afirma.
Motoristas opinam
“Está péssimo. Já gastei mais de R$ 50,00 com estacionamento, e se o motorista não tem moedas, precisa ficar procurando um fiscal” – Marco Aurélio, Linha Imperial.
Marco Aurélio, morador de Linha Imperial (Créd. Dário Gonçalves)
“Acabou o transtorno pela busca de vagas, mas aumentaram os gastos. Gostaria de saber onde será investido esse dinheiro e qual benefício estou tendo. E se roubarem meu carro, a Prefeitura vai me ressarcir?” – Paulo Antunes, Fazenda Pirajá.
“Trabalho com comércio de couro e tivemos redução de 50% dos clientes. As pessoas passam e não veem ninguém estacionado, então acham que não tem nada ou não vale a pena parar. Por isso seguem embora” – Fábio Dortelmann, Linha Imperial.
Fábio Dortelmann, morador de Linha Imperial (Créd. Dário Gonçalves)