Destaques
Nova Petrópolis: há dois meses na UTI após o parto, mulher tem previsão de alta
Nova Petrópolis – A difícil situação do casal Rudimar de Souza, 26 anos, e Angela Mombaque Oliveira, de 19, e a filha Heloísa, está prestes a ter uma notícia positiva. Nesta quarta-feira, 12, Angela passa por mais uma cirurgia, a 17ª após o parto, e se tudo der certo, deverá receber alta e voltar para a casa na próxima semana. A jovem está internada na UTI do Hospital Beneficente São Carlos, em Farroupilha, desde o dia 15 de novembro por ter tido o intestino perfurado durante o parto cesariano, segundo o marido, no dia 8 de novembro no Hospital Nova Petrópolis.
O procedimento desta quarta serve para finalmente terminar de fechar a barriga de Angela, que por todo esse tempo esteve aberta cicatrizando. Ela teve 3,5 metros (de cinco) de seu intestino retirado, além do útero, o que a obrigará a mudar de vida totalmente, principalmente na questão alimentar. Em dois meses internada, a jovem de 1,69m de altura perdeu mais de 20 quilos e atualmente pesa cerca de 50kg. Desde que deu a luz, ela esteve com sua filha por menos de uma semana e só pode vê-la através de videochamadas esporádicas. Seu marido, Rudimar é o único que pode visitá-la e, por conta disso, vieram as dificuldades financeiras.
Apoio fundamental
Rudimar, precisa ir à Farroupilha ficar com a esposa todos os dias. Consequentemente, ele não trabalha há dois meses. Angela, por óbvio, também não. O trajeto de ida e volta supera os 100km, gerando muito gasto de gasolina. Ainda no ano passado, ele conseguiu passar a noite algumas vezes em um albergue arranjado pela Assistência Social de Farroupilha, porém, atualmente ele está fechado. Algumas vezes, chegou a dormir dentro do carro no estacionamento do hospital, principalmente em dias de cirurgias. “Eu preciso estar com ela a todo momento, sou o único apoio dela. As cirurgias levam horas e às vezes terminam de madrugada”, conta.
Alta hospitalar, mas cuidados redobrados
Se as previsões otimistas se confirmarem, Angela deve voltar para casa na próxima semana. No entanto, os médicos alertam que a situação é muito delicada e ela não poderá ficar sozinha em nenhum momento. Ainda na UTI, foi diagnosticada com depressão por uma psicóloga e precisa de medicamento. “Às vezes ela entra em desespero. Viu muita gente chegando no hospital depois dela e saindo, e ela se questiona quando será a vez dela. Meu medo sempre foi ela não resistir às cirurgias porque ela grita de dor antes dos procedimentos e precisa de morfina e outros medicamentos”, explica o marido.
Por ter perdido muito peso, e estar em uma cama há dois meses, ela precisará de fisioterapia para reaprender a andar. Também será necessário acompanhamento nutricional por conta da alimentação, já que muita coisa ela não poderá mais comer; acompanhamento psicológico por conta da depressão, entre outros. “Os médicos disseram que tenho que me preparar. Enquanto ela está no hospital, ela tem tudo, mas depois será comigo. Todos os remédios, os médicos, etc. E também vai demorar pra eu voltar a trabalhar porque terei que ficar sempre com ela”, disse Rudimar. Os médicos o alertaram que, se ficar sozinha, ela pode ter problemas com a depressão e buscar alento nos remédios, o que pode ser fatal.
Doações ainda são necessárias
Há dois meses Rudimar tem pedido doações para poder pagar o aluguel, comprar leite especial e fraldas para a filha, remédios, deslocamentos, entre outros. Além disso, precisou se defender de comentários de pessoas que disseram que ele está se aproveitando da situação para conseguir doações além do necessário. “Eu sou muito grato a todos que vem me ajudando. Ainda assim, precisei pedir um empréstimo de R$ 5.000,00, que vou pagar o dobro em juros. Minha filha precisa de leite especial que pago quase R$ 90,00 a lata, e ainda começou a ter cólica e rejeitar. Aí foi mais um gasto com outros remédios”, conta.
Para piorar, devido às constantes viagens, o carro acabou precisando ir para a oficina para a troca de uma peça ao custo de quase R$ 400,00. “Eu guardo todas as notas do que consumo, estou com uma caixa cheia. Posso mostrar para quem quiser. Tudo o que quero é trazer minha esposa de volta para casa e passarmos por tudo isso”. O próprio Rudimar praticamente não consegue ficar com a filha por passar os dias em Farroupilha. A menina acaba sendo cuidado por uma vizinha.
Como ajudar
Doações em dinheiro podem ser feitas via Pix: 042.263.840-40 (CPF), ou entrar em contato diretamente com Rudimar pelo fone (54) 99628-3554.
“É um milagre”
Angela chegou ao hospital de Farroupilha “90% morta”, segundo os médicos. Seus batimentos cardíacos estavam em apenas 40 por minuto e estava com 39 ºC de febre. “Uma das médicas disse que nunca viu uma situação como essa, que não entendia como poderiam ter perfurado um intestino em uma cesárea. Outro médico chorou me contando que reuniu toda a equipe e disse que fariam de tudo para salvar a vida da minha esposa. A situação dela era muita complicada e ela estar viva é um milagre”, finalizou.