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Nova Petrópolis: mãe que passou dois meses na UTI terá que voltar para sala de cirurgia
Nova Petrópolis – Depois de ficar mais de 60 dias internada na UTI e passar por 17 cirurgias, Angela Mombaque Oliveira, de 19 anos, terá que voltar para o hospital. E sem poder contar com auxílio do Sistema Único de Saúde (SUS) desta vez, Angela e o marido Rudimar de Souza precisam juntar mais de R$ 30.000,00 para os procedimentos.
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O drama da família começou justamente naquele que deveria ser um momento de alegria, o nascimento da filha Heloísa, no dia 8 de novembro de 2021. O parto foi cesariana, e uma semana depois, no dia 15 de novembro, Angela precisou ser internada às pressas porque estava com o intestino perfurado. “Ela chegou no Hospital de Farroupilha com 10% de vida, segundo os médicos. A própria doutora que operou disse que tinha feito tudo o que podia, mas que ela provavelmente não sobreviveria”, contou o marido.
Como Angela corria risco de morte, sua barriga foi aberta com urgência, conforme conta Rudimar, e por isso não foi feito do jeito ideal, o que dificultou a recuperação. Foram necessários 11 litros de soro para fazer a limpeza interna e 1,5 metro de intestino, além do útero, foi retirado. Após tanto tempo de internação e cirurgias para fechar a barriga, Angela recebeu alta no dia 17 de janeiro e finalmente pôde ir pra casa e ficar com a filha. Porém, seus pontos arrebentaram e seu corpo novamente ficou exposto.
Novas cirurgias
No dia 3 de fevereiro, Angela e Rudimar estiveram na Clínica de Medicina Hiperbárica, Climedhi, em Caxias do Sul. Como os tratamentos convencionais não funcionaram, o cirurgião plástico Dr. Ivan Carlos Feltes indicou o tratamento de Oxigenoterapia Hiperbárica. O processo consiste em acelerar a cicatrização através de neovascularização e melhorar o processo infeccioso pelo aumento de oxigênio no local e potencialização da antibióticoterapia.
Para isso, serão precisas 40 sessões e cada uma custa R$ 1.133,03, totalizando mais de 45 mil reais. Porém, por não terem condições, a clínica fez uma proposta com mais de 50% de desconto. Ainda assim, cada uma custará R$ 500,00, totalizando R$ 20 mil. As sessão de oxigenoterapia duram cerca de duas horas e serão feitas de segundas a sextas-feiras. “O tratamento tem que ser todo de uma vez. Não adianta conseguir o dinheiro para cinco ou 10 sessões e parar”, afirma Rudimar.
Depois disso, a fase final deverá ser uma cirurgia plástica que custará mais R$ 11.500,00.
Pedidos por doações
Rudimar está sem poder trabalhar desde há quatro meses, pois precisou cuidar da filha e da esposa que estava internada. Angela também está sem renda. Muita doações já foram feitas pela comunidade, inclusive com venda de cachorros-quentes. Mesmo assim, os custos têm sido altos e aumentarão com as viagens diárias para Caxias do Sul, onde o tratamento será feito. Por isso, a família pede a ajuda de quem puder fazer qualquer tipo de doação. Inclusive, um carrinho de bebê para a menina.
Heloísa não pôde ser amamentada e precisa de leite especial. Para piorar, ela parou de aceitar o leite especial e agora necessita de NAN, que custa R$ 45,00 a lata de 800 gramas e dura cerca de uma semana, segundo os pais. “A secretaria de Saúde disse que tentaria fazer a troca desses leites, mas não garantiu. E isso demora, esse leite é até os seis meses. A Heloísa já está com quatro, então, se trocarem, até lá ela já vai precisar de outro”, contou o pai.
Ação beneficente
Uma rifa está sendo feita para arrecadar dinheiro para a cirurgia de Angela. Ao todo são 10 prêmios, entre eles uma bicicleta, vales-compras, roupas e perfumes. Cada número custa R$ 10,00 e o sorteio será no dia 9 de abril, em frente a Benoit.
A família ainda passou a ter custos com nutricionista para Angela, que não pode mais se alimentar como antes, psicólogo e ainda os gastos normais como aluguel e alimentação. Doações em dinheiro podem ser feitas via Pix: 042.263.840-40 (CPF), ou entrar em contato diretamente com Rudimar pelo fone (54) 99628-3554.
Processo
Rudimar está processando o Hospital Nova Petrópolis (HNP) e a médica que fez o parto. Em dezembro do ano passado, a reportagem do Diário entrou em contato com o hospital e os médicos responsáveis. O gerente administrativo do HNP, Henrique Gomes, disse que todo o apoio e suporte foi fornecido. Já a obstetra disse não poder comentar o caso por questões de sigilo médico. “Eu queria saber porque nunca vieram me procurar. Saber como estamos, se precisamos de algo”, finalizou Rudimar.