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Nova Petrópolis promove Semana de Luta Antimanicomial

26/05/2022 - 14h14min

Durante a caminhada de sexta-feira, profissionais e usuários carregaram cartazes confeccionados na oficina (Créditos das fotos: Flavia Azolin)

Atividades alusivas foram realizadas entre os dias 16 e 20 de maio

Por: Gian Wagner

Nova Petrópolis – A Prefeitura promoveu uma semana dedicada a luta antimanicomial. A nona edição do evento da saúde ocorreu entre os dias 16 e 20 de maio e teve a programação organizada pela equipe do Centro de Atenção Psicossocial (Caps). As ações envolveram oficinas terapêuticas, yoga, caminhada, roda de conversa e a primeira Conferência Municipal de Saúde Mental de Nova Petrópolis.

Conforme a coordenadora do Caps, a psicóloga Carina Correa da Silva, a Semana de Luta Antimanicomial tem como o principal objetivo lutar contra o modelo de atenção em saúde mental centrado no tratamento com internações de longa permanência em manicômios. “Também é um tempo de celebrar e dar luminosidade a todas as inciativas e atividades que vão na contramão disso, como as oficinas terapêuticas e os diversos espaços e atividades que propiciem a inserção dos usuários”, afirma a coordenadora.

As oficinas terapêuticas realizadas durante a semana envolveram confecção de cartazes e horta. Em outro momento, usuários do Caps participaram de uma sessão de yoga. Na quarta-feira, 18, o tema “saúde mental começa na infância” foi debatido em uma roda de conversa aberta ao público. E, para dar maior visibilidade à luta, foi realizada uma caminhada pelas ruas do Centro na sexta-feira, 20, marcando o encerramento da programação.

PLANTIO – Também na manhã da sexta-feira, durante a oficina de horta, aconteceu o plantio da árvore-símbolo do evento. A bergamoteira plantada nas dependências do Caps, foi doada pelo Viveiro Bom Pastor.

Em 2001, foi promulgada uma lei fundamental para a evolução das políticas em saúde mental no país. A reforma psiquiátrica impulsionou a transição do modelo de cuidado de saúde – expandindo os tratamentos para outros equipamentos além do hospital psiquiátrico. A partir dessa lei, foram criados os serviços como Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) e outros modelos onde o tratamento para o sofrimento mental é feito fora de instituições de longas e compulsórias internações – com pacientes vivendo junto à sociedade. A reforma psiquiátrica viabilizou por exemplo o programa De Volta Pra Casa, em 2003, que estabeleceu caminhos para que pessoas que viviam há anos em hospitais psiquiátricos pudessem voltar a viver em comunidade. Junto com a expansão de outros serviços, a lei também estabeleceu que os hospitais psiquiátricos, dentro de um modelo antigo, seriam desfinanciados pelo governo. Aproveitando a chegada do dia 18 de maio, marco da luta antimanicomial no Brasil, o Pauta Pública fala com Rachel Gouvea, assistente social que trabalha e dá aulas sobre o tema, para conversar sobre esse assunto que ainda tem muito o que avançar no Brasil.

 

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