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O artesanato do lixo ao luxo dá asas à criatividade
Linha Nova – A dona de casa e artesã Janete Lippert, 39 anos, aprendeu a fazer crochê e tricô com a mãe, Celita Stumm. Ela lembra que a falecida avó, Norma Konrad, fazia bordados muito lindos à mão, além de roupas de cama, toalhas de mesa, entre outros produtos artesanais. Atualmente, ela dedica-se à confecção de guirlandas com materiais recicláveis.
Janete já atua há 10 anos como artesã e faz parte da associação de artesãos Arte Serra e vale, cuja sede está instalada junto ao Parque Municipal, ao lado da Heimathaus. A entidade conta, atualmente, com sete integrantes, que fazem os mais diversos produtos, que vão desde a panos de prato, centros de mesa, bonecas, chaveiros, potes decorados e guirlandas, entre outros.
“Eu gosto de falar que sou aquela pessoa que transforma os materiais do lixo ao luxo”, comenta a artesã. Ela já utilizou uma roda de bicicleta para fazer guirlandas, e as telas protetoras de ventilador, artigos de alumínio, entre outros produtos que podem ser reaproveitados.
“É COMO SE FOSSE UMA TERAPIA”
Ela utiliza artigos que geralmente vão parar no ferro velho. Na realidade, fazer artesanato é uma maneira de obter uma renda extra, explica. O melhor período quanto às vendas é o Natal. Fazer os seus artigos artesanais funciona como uma espécie de terapia, explica a moradora. É uma maneira de viajar na imaginação, conceitua Janete.
“Além do Natal, a gente vende bastante nos eventos, como a Heimatfest, nas festas e bailes da terceira idade. Temos bastante clientes que vêm de fora para adquirir os nossos produtos. Vêm pessoas de Canoas, Nova Petrópolis, Montenegro, Dois Irmãos, Novo Hamburgo e até de Porto Alegre que vem para cá e adquirem o artesanato local”, enfatiza.
MATERIAIS DIVERSOS
Para fazer os seus produtos ela também utiliza pinhas, vime e materiais que deem uma característica bastante rústica aos seus produtos. Ela lembra com alegria, que a guirlanda que fez, a partir de uma roda de bicicleta foi adquirida para ser colocada na parede do atelier de pintura do seu cliente.
Ela comenta que os mais jovens não demonstram interesse de ingressar no ramo do artesanato. A atual geração está tentando resgatar aquela veia artística dos antepassados, por isso a sua avó e sua mãe são fontes de inspiração para desenvolver os trabalhos. Ela agradece o apoio da atual Administração Municipal, que possibilita a realização de cursos de bordados e outros, através da Secretaria de Desenvolvimento Social. Os cursos acontecem geralmente no Centro de Convivência.
TURISMO CRESCENTE
Na opinião da moradora, a percepção é que o Turismo vem acontecendo num ritmo crescente. “Eu penso que as casas antigas que existem aqui em Linha Nova, e mais o nosso parque Municipal, atraem o grande público para vir para cá, e temos ainda o título de Berço das Cervejarias do Rio Grande do Sul”.