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O caso dos residentes que tiveram problemas porque fizeram críticas
Nova Petróoplis – Gravações e cópias de mensagens de texto obtidas pelo Diário nesta semana revelam situação de conflito entre a Secretaria Municipal de Saúde e profissionais residentes do Grupo Hospitalar Conceição (GHC, de Porto Alegre) que atuam na rede pública de Nova Petrópolis. A origem do impasse é a ordem de serviço 05/2018, apresentada pelo prefeito Regis Hahn no final do ano passado, que proibiu as equipes dos postos de saúde dos bairros e do interior de utilizar os carros da Prefeitura para o seu próprio deslocamento até as unidades.
A Prefeitura alega que está seguindo a legislação da Estratégia de Saúde da Família (ESF) e amparada nos princípios da administração pública. O Sindicato dos Servidores (Sindserv) diz que os princípios da administração pública não estão sendo seguidos e que há muitas contradições nas justificativas apresentadas. Também há queixas de que funcionários contrários estão sendo perseguidos.
Após a apresentação da ordem de serviço, que passou a vigorar no mesmo dia (26 de dezembro de 2018), os funcionários descontentes fizeram vários protestos em áreas públicas e houve centenas de manifestações contrárias em redes sociais. Alguns dos profissionais residentes participaram destes movimentos, o que desagradou a secretária da Saúde, Andréia Siqueira Frota. Ainda em janeiro, ela enviou um ofício de cinco páginas ao GHC pedindo a demissão de um dos residentes e a aplicação de advertências a outros quatro. O pedido foi negado pela instituição, que limitou-se a transferir um dos residentes para Porto Alegre.
TERMO DE SIGILO
Desde então, a reportagem do Diário vem tentando contato com o grupo de residentes, sem obter êxito. Mas gravações e cópias de mensagens obtidas nesta semana ajudam a compreender o silêncio deles. Houve uma exigência de sigilo. “Teríamos acesso ao ofício se nos comprometêssemos em mantê-lo em sigilo”, diz uma das mensagens. “Assinamos um termo de sigilo”, consta em outra cópia. “A gente acabou tendo que assinar este termo de sigilo”, é dito em um terceiro momento. Mais adiante: “Foi muita pressão”.
Na quarta-feira, dia 6, a reportagem entrou em contato com a assessoria de imprensa da Prefeitura para buscar um posicionamento sobre o caso. A resposta é de que a secretária da Saúde está de férias até o dia 20 de fevereiro e que seria necessário esperar o retorno dela para obter informações. Uma alternativa de esclarecimento seria o contato com o GHC, o que ocorreu ainda na quarta-feira.
Leia a reportagem completa, incluindo a entrevista com Geraldo Jotz, gerente de ensino e pesquisa do GHC, na edição impressa do Diário desta sexta-feira.