Destaques
O que as entidades da região pensam sobre a Lei dos Agrotóxicos
Região- As entidades da região vêm com cuidado a questão da já conhecida “Lei do Veneno”, que tramita na Câmara dos Deputados. A matéria objetiva flexibilizar a lei dos agrotóxicos, mudando, inclusive mudar o nome o nome desses produtos químicos para produtos “fitossanitários” e “defensivos agrícolas”.
A comissão especial da Câmara dos Deputados aprovou a proposta que flexibiliza a Lei dos Agrotóxicos na segunda-feira, dia 25.
.“Retrocesso”, diz presidente do Sindicato
O produtor rural e também presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Ivoti, Lindolfo Collor e Presidente Lucena, Gabriel Bervian, se posiciona contra qualquer mudança na lei para relaxar o controle sobre uso de agrotóxicos, e considera um retrocesso se a lei sofrer alterações. “Eu não uso agrotóxicos na minha propriedade, mas quem usa deve ser racional, e não usar indiscriminadamente. Tem que diminuir o que der, e não liberar mais”, sustenta.
“Vai ser pior”
Na opinião da engenheira agrônoma da Emater de Linha Nova, Ana Xavier, o relaxamento da lei vai ser ruim. “Hoje, caminhamos em direção ao que ocorre na Europa, onde o consumidor quer um alimento mais limpo, livre de agrotóxicos”.
Produto natural
O vice-prefeito de Linha Nova, Cristiano Nienov, é produtor e diz que utiliza uma mistura de 100 ml de óleo vegetal para 1 litro de detergente neutro, com vistas a combater a mosca branca, que atinge o tomate e outras culturas como o brócolis, melão e pepino.
Métodos naturais
O técnico da Emater de Ivoti, Rodrigo Sasso Rodrigues, destaca os métodos de controle natural de pragas, inclusive com plantas repelentes, caldas e armadilhas luminosas. A ideia é que o agricultor use o agrotóxico de maneira consciente e correta, respeitando uso de EPIs, e tendo um receituário agronômico sobre a doença detectada.
Defensivos agrícolas
A produção de agrotóxicos no Brasil pode sofrer alterações nos critérios de aprovação, na análise de riscos e até no nome que será dado aos produtos. A proposta revoga lei de 1989 e altera as regras de produção, comercialização e distribuição de agrotóxicos. As mudanças estão previstas em um projeto de lei elaborado pelo Ministro da Agricultura, Blairo Maggi (PP).
A iniciativa quer mudar o nome dos agrotóxicos para “defensivos agrícolas” e “produtos fitossanitários”. Além disso, vai liberar licenças temporárias e também prevê que a análise dos produtos proíba apenas as substâncias que apresentem “risco inaceitável”.
Leia também:
Avança na Câmara o projeto de lei quer mudar legislação dos agrotóxicos no Brasil