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Onde foram parar as luminárias da Colônia Japonesa de Ivoti?
Projeto orçado em mais de R$ 130 mil ainda não foi finalizado e conta com erros na pintura
Por Geison M. Concencia
Ivoti – A revitalização da Colônia Japonesa contempla significativas mudanças estruturais e estéticas em um dos principais cartões postais do Município. Entre as características do projeto, pórtico e luminárias típicas da terra do sol nascente fariam parte do cenário que atrai inúmeros visitantes, todos os meses. Porém, em março, a obra contou com um desdobramento, que até o momento, não teve desfecho.
As luminárias instaladas, logo depois, foram retiradas por não estarem conforme o projeto original. A empresa responsável, que é de São Leopoldo, pintou de preto, quando deveria ser da cor vermelha, igual ao pórtico.
Em torno de 15 luminárias foram adquiridas, com um custo total que chega na casa dos R$ 9.890,70, fora o restante da obra, avaliada em mais de R$ 134 mil. Boa parte dela foi finalizada, o que inclui telhados novos e o pórtico.
Em março, a empresa que pintou em preto, durante uma sexta-feira à noite, foi retirar eles para adaptar conforme a determinação do projeto. Mas, um simples episódio tornou-se quase caso de polícia. Ao ver que as luminárias estavam sendo retiradas, alguém, das proximidades, achou tratar-se de furto, e ligou para a Brigada Militar.
Uma viatura com dois soldados foi até o local, prontamente, naquela noite. Ao se deparar com suposto suspeito, questionaram o motivo dele remover os itens. O funcionário da empresa explicou que precisava pintar as luminárias. Para ter certeza, eles ligaram para algum responsável da Prefeitura.
A secretária de Turismo, Raiama Trenkel, e o assessor de imprensa, Micael Araldi, foram até o local, pois não tinham conhecimento da presença do funcionário da empresa e da remoção das luminárias, durante a noite. Enfim, todos suspeitaram de que se tratava de furto. Mas, depois de muitas explicações, ele conseguiu provar suas intenções. A Brigada Militar, inicialmente, queria levá-los para a DPPA de Novo Hamburgo, por tratar-se de suspeita de crime contra o patrimônio. Mas, os dois lados, tanto funcionário da empresa, quanto da Prefeitura, optaram por não levar adiante o caso.
Na mesma noite, concordaram em deixar as luminárias dentro de instalações do Memorial da Colônia Japonesa, para repintura dos postes em vermelho, posteriormente.
Quatro meses depois, nada
Desde aquele 1º de março, as luminárias ainda não foram colocadas. Elas deveriam, de acordo cm o projeto, ficar em frente ao Memorial. Procurada, a Prefeitura de Ivoti ainda não se manifestou, até o fechamento desta edição. A assessoria de imprensa comunicou que está verificando a situação.
Outras suspeitas
Ainda sem provas concretas, levantou-se uma suspeita de que o próprio pórtico tinha inconformidades. De acordo com o projeto, a madeira deveria ser específica, a Itaúba. Porém, não há certezas quanto a origem do material, já que, fontes internas da Prefeitura cogitam que ela seria de outro material. Também foi discutido, na época, a possibilidade de uma investigação técnica. Mas, até o momento, a Prefeitura não confirmou, nem desmentiu.
Detalhes técnicos das luminárias
As luminárias decorativas ao longo da via seguiram o padrão decorativo escolhido no projeto, sendo toda a rede de distribuição e alimentação de energia elétrica executada com eletrodutos enterrados, bitolas compatíveis com o número de condutores que passam pelo seu interior e demais elementos elétricos adequados. Todos os postes terão sistema de proteção (aterramento), assim como elemento decorativo em sua base com revestimento em madeira.
No projeto, consta que a pintura do pórtico será realizada com tinta acrílica na tonalidade avermelhado, seguindo os preceitos dos pórticos existentes. Da mesma forma, os postes decorativos de iluminação devem ser pintados com a mesma pigmentação. Todas as superfícies a serem pintadas deverão estar firmes, lisas, isentas de mofo e, principalmente, secas.
Elas deveriam ficar na calçada ao longo da rua Sakura, do pórtico até a rua Vale das Palmeiras. Hoje, só é possível ver os fios deixados para rede elétrica, cobertos somente com as pedras de calçamento, soltas.