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Os Loesch são os últimos a persistir na criação de perus em Linha Nova

16/09/2022 - 10h10min

Casal optou pelos frangos até 4,5 kg 
O peru festivo, que é menor e mais leve, manteve atividade viva
Por Cândido Nascimento

Linha Nova – Quando o casal Elisa e Ademar Loesch começou a criação de perus no município, por volta dos anos 2000, no Canto Scheibig, estava entre os primeiros produtores integrados. Eles chegaram em segundo, logo depois do falecido Omar Pilger, do Morro Grande, e eram poucos os criadores das aves. No auge da criação de perus, Linha Nova chegou a ter 15 peruários, número que reduziu para três pavilhões.

Segundo Ademar, 59 anos, o seu avô Guilherme criava porcos e tinha algumas vacas de leite. O pai, Erni Loesch, também produzia leite, mas plantava acácia e aipim. “Nós éramos de oito irmãos e a minha mãe faleceu cedo, aos 48 anos, e eu e outros dois irmãos mais novos sempre ficávamos perto dele. Eu tirava leite e ajudava em tudo. Estudava num turno na escola onde hoje funciona a estadual, e trabalhava no outro”, explica o produtor.

A atividade da acácia é mantida até hoje na propriedade, onde são realizadas todas as ações preventivas na questão sanitária. Antes de começar com aves, Ademar e a esposa plantavam moranguinhos e verduras. A ideia de criar perus surgiu quando representantes da Doux Frangosul visitaram as propriedades do município. Para se cadastrar, os interessados tiveram que ir até a Secretaria da Agricultura, na Prefeitura.

 

São três pavilhões e sete lotes por ano

O primeiro pavilhão foi construído no ano 2000, o segundo em 2005 e o terceiro em 2010. Os dois primeiros foram feitos de madeira e o terceiro foi construído de alvenaria. Todos os três espaços são automáticos, têm caldeiras e umidificadores, com painéis que controlam a temperatura ideal no inverno e no verão. Isso ocorre porque as aves são sensíveis.

No tempo dos perus machos, que eram pesados, a propriedade chegava a ter entre 2 e 2,5 lotes por ano. De dois anos para cá, com a vinda das aves festivas, desta vez com a JBS, as fêmeas chegam a ter no máximo 4,5 kg e é possível cuidar de até 7 lotes anuais, alcançando uma média de 140 mil aves/ano. O atual lote, por exemplo, é de 24 mil perus.

IMPORTÂNCIA

Para construir os aviários foram necessários financiamentos. O último deles foi através da Sicredi Pioneira. Segundo Ademar, os incentivos são de fundamental importância para que os negócios aconteçam nas propriedades familiares rurais. “A Prefeitura fez a terraplanagem para nós”, conta.

Ele chegou a desistir da ideia de criar perus, mas com a oportunidade que surgiu com as aves festivas, os ânimos foram redobrados e o serviço aliviou.

 

 

Os primeiros criadores de perus

Produtor                       pavilhões

Omar Pilger/Família  –       1

Ademar Loesch –               3

Gilberto Vogel –                 2

Pedro Fritsch –                  1

Gerson Kleeman –            1

Nelso Utzig –                     2

Higino Fernandes –          2

Alice Ritter –                     1

Renato Port  –                  2

 

“O manejo fez essa migração para frangos”

Segundo o secretário da Agricultura e Meio Ambiente, Cristiano Nienov, a migração para a criação de aves foi por causa do manejo com o peru. Como os perus machos chegavam a ter 30 quilos, o seu peso tornava a atividade mais difícil.

O próprio carregamento dos perus para os caminhões ficava complicado e tinha quer vir uma equipe para ajudar nesse serviço. Existiam pessoas que tinham isto como profissão, quando chegava o período certo para fazer a retirada dos lotes.

Ele entende que a Família Loesch permaneceu nessa criação pelo simples fato dos perus chegarem com 30 dias e ficarem outros 30 dias, sendo mais leves e fáceis de manipular, pois são fêmeas que chegam a ficar entre 4 kg e 4,5 kg no máximo.

Bem-estar e sanidade das aves

Os perus são alimentados com rações balanceadas. Elas são oferecidas em formato diferente, conforme a idade, e contém todos os nutrientes energia, proteína, aminoácidos, vitaminas, minerais e microminerais necessários para cada fase da vida da ave.

A criação somente é feita em sistema de granja, com altíssima tecnologia de controle ambiental, bem-estar animal, conforto térmico, biossegurança e cuidados sanitários. Há uma placa no local alertando sobre os cuidados.

Desde o começo das atividades, a propriedade recebe a visita de técnicos que avaliam o sangue, peso e as fezes das aves, além de outras características, para evitar contaminações e as consequentes perdas.

 

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