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Paixão que virou trabalho: Germano Nienow cultiva orquídeas em propriedade da Nova Vila
Ivoti – Ontem, dia 22, foi o Dia do Orquidófilo, que é aquela pessoa apaixonada por uma das plantas mais únicas e belas do mundo. Há praticamente 25 anos, o morador da Nova Vila Germano Nienow, de 67 anos, é um destes apaixonados por orquídeas e que transformou lazer em profissão.
Em sua propriedade, Germano possui cerca de 2 mil vasos com orquídeas de mais de 50 espécies diferentes espalhados em quatro estufas. Grande parte destas plantas, ele cultiva para a venda direta. Outra parte, cuida por amor pelas cores, detalhes e odores apaixonantes da orquídea.
Paixão de infância
Desde a década de 90, Germano cultiva orquídeas em sua casa. Mas o encanto vem de muito antes. Natural da Linha Olinda, em Nova Petrópolis, ele conta que o interesse pela planta vem de infância. “No Natal, meus pais sempre decoravam o pinheirinho com orquídeas, da espécie Oncidium flexuosum, e eu achava muito bonito. Ali começou minha paixão”, conta.
Apesar do interesse desde criança, Germano demorou alguns anos até começar de fato a cultivar orquídeas em casa. Ele lembra que, à época, não existiam orquidários comerciais na região e que a planta era muito cara. “Tinha gente que trocava até geladeira por um vaso de orquídea”, recorda.
Ele começou em 1998, quando ainda residia em Novo Hamburgo, após comprar algumas mudas de orquídea na Expointer por indicação de um amigo. Em pouco tempo, Germano já possuía uma parede inteira com prateleiras cheias de vasos de plantas. Muito do que aprendeu foi em conversas com um amigo orquidófilo de Picada Café e em reuniões do Núcleo de Orquidófilos de São Leopoldo, de onde é associado.
A quantidade de mudas foi crescendo conforme o seu prazer de lidar com orquídeas. Em poucos anos, ele já contava com um orquidário no terreno de casa, estrutura que foi posteriormente trazida para a sua propriedade em Ivoti.
No local, onde também funciona uma casa de retiro para grupos de igreja, Germano reside com a esposa Zilá, de 67 anos, com quem é casado há quase meio século e possui dois filhos. “Os netos adoram nos visitar nos finais de semana e ver as orquídeas”, relata.
Comercialização, prêmios e prazer
Germano cultiva espécies “puras” de orquídea por prazer, mas também cultiva plantas híbridas para comercialização no mercado local. Um dos pontos onde ele vende suas plantas é na estufa do Núcleo de Casas Enxaimel. “Eu vendo para um público mais leigo, que quer comprar orquídea pelo seu colorido, procurando por flores de cores diferentes do que já possui. É o colorido diferente que chama a atenção”, completa.
Já as suas plantas espécies, cujo cultivo é movido pelo seu amor por orquídeas, possuem uma destinação diferente. Até alguns anos atrás, Germano participava de encontros de orquidófilos que lhes renderam uma coleção de troféus de destaque na produção. O principal deles foi em 2015, quando ganhou o prêmio de melhor Cattleya labiata do Rio Grande do Sul. “Tudo é fruto de um trabalho que começou com uma paixão”.
Cuidados básicos com orquídeas
Muitos podem achar que cultivar orquídeas é uma tarefa difícil e que esta é uma planta sensível. Entretanto, Germano entende que os principais fatores para cultivar a planta são ventilação, iluminação e umidade. “Se atender às exigências da orquídea, ela vive normalmente. O Sol é importante sim, mas o ar seco é que requer mais atenção para a quantidade de rega”, destaca.
Estes cuidados refletem também no tempo de vida de uma orquídea. Em uma de suas estufas, germano possui uma orquídea híbrida de porte gloriosa com 23 anos, com flor de coloração lilás, que é uma de suas favoritas. “Eu falo que, se não fizer bobagem, a orquídea é uma planta ‘imorrível’”, brinca o produtor.