Parabéns, Ivoti! Município completa 59 anos nesta quinta-feira

Ivoti – Hoje, o município celebra seu 59º aniversário de emancipação, com uma história rica que remonta a outubro de 1964, quando a Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul aprovou a lei que concedeu a autonomia administrativa para Ivoti.

A região em que hoje está situada a cidade, inicialmente era habitada por indígenas, constituindo o que os arqueólogos chamam de Tradição Umbu. Pela ação de bandeirantes paulistas surgiram estradas embrenhadas na mata e a região passou a ser percorrida no século XVIII por tropeiros, passando a fazer parte da rota do gado nos estados do sul.

Inserida dentro do processo de colonização do país, Ivoti recebeu em torno de 1826 diversas famílias de origem germânica, vindas em maioria da região do Hunsruck, na atual Alemanha, que se instalaram nos 48 lotes de terra distribuídos ao longo do Arroio Feitoria.

Na época, a região era conhecida como Berghanschneiss, Picada dos Berghan, pois essa foi uma das famílias que primeiro veio morar na área. Aos poucos, a colônia foi crescendo e o entroncamento das Picadas com a estrada passou a servir como entreposto comercial.

Rapidamente se percebeu a necessidade da construção de uma ponte sobre o Arroio Feitoria, pois o fluxo de pessoas na área já era grande. Em 1855 essa ponte foi construída com verba enviada por Dom Pedro II, daí seu nome Ponte do Imperador.

medida que a região prosperava, identificava-se um problema que afetava a economia local: o Arroio Feitoria, fonte de vida para as famílias, transformava-se em transtorno com as chuvas de inverno, arrastando consigo boa parte do que as famílias haviam conquistado. Aos poucos, os moradores ribeirinhos foram morar nas áreas mais altas da cidade, dando origem ao atual Centro do município.

Em 1867, Berghanscheiss passou a chamar-se Bom Jardim e era, ainda, distrito de São Leopoldo. Mais tarde, em 1938, finalmente surgia Ivoti, nome que remete ao tupi-guarani ´ipoti-catu´, que significa flor bonita, identificando a cidade com uma de suas tradições: o plantio de flores em frente às casas, formando jardins multicoloridos.

Já em 1959, o distrito de Ivoti foi transferido de São Leopoldo para o novo município de Estância Velha. Permaneceu assim até 19 de outubro de 1964, quando a Lei Estadual n.º 4.798 desmembrou Ivoti de Estância Velha e Dois Irmãos, constituindo-se como município.

Antigo morador conta das primeiras reuniões para emancipar Ivoti

A história de um município também é contada como resgate da memória e antigos moradores, como é o caso de Pedro Geraldo Breitenbach (Pitt). Ele lembra das primeiras reuniões, que aconteceram na Camisaria Becker, que pertencia ao pai de Claudio Oscar Becker, que dá nome ao Museu Municipal. Participavam entre sete e oito pessoas, das reuniões que aconteciam uma vez ao mês.

O primeiro prefeito, Neldo Holler, tinha o apelido de “Bolacha” e enfrentou dificuldades que vieram com a emancipação do município. A cidade-mãe deixou quase nada de herança. A sede da Prefeitura funcionava no prédio onde foi a Biblioteca Municipal por muitos anos, no Centro.

Como não havia sobrado mais nada, o prefeito eleito instituiu uma forma de pedir empréstimos aos empresários locais. O cidadão que emprestasse um valor, recebia o dinheiro um ano depois com juros de 12% ao ano. Essa promissória ficou conhecida com o “bolacheta”, devido ao apelido do prefeito “Bolacha”. A primeira delas foi emitida em 24 de maio de 1965, no valor de 10 mil cruzeiros, que foi devolvido em 30 de julho do ano seguinte.

“MEU PAI COMPROU AS PRIMEIRAS”

Segundo relato de Pitt, o seu pai, Pedro José Breitenbach, possuía um restaurante na época da emancipação, e foi o primeiro a comprar as famosas “bolachetas”. Depois ele não fez questão de resgatar o dinheiro e literalmente rasgou as promissórias.
Pitt, com cerca de 20 anos na época, era um dos que participavam das primeiras reuniões e lembra de nomes como o de Ervino Klein, Claudio Becker e Valdemar Holdefer como ingrantes desse seleto grupo.

Outro fato interessante que ele relata é que Ivoti tinha cerca de 2.000 habitantes e que praticamente todos se conheciam. Pitt foi o que mais assinaturas conseguiu, indo de porta em porta. Lembra também que o então deputado estadual Alexandre Machado da Silva conduzia as reuniões encaminhou o abaixo-assinado pedindo o desligamento da então Bom Jardim de Estância Velha. “Eu conhecia todo mundo e ia de casa em casa, sabia os nomes e endereços”, destacou ele.

Núcleo terá grande festa de aniversário

Para comemorar o aniversário do município junto com a comunidade, as bandas Rainha Musical e Festerê estarão entre as atrações. A programação especial ocorre das 16 às 23 horas, no Núcleo de Casas Enxaimel, com entrada e estacionamento gratuitos.

Voltado para toda a família, o festejo terá brinquedos infláveis gratuitos das 16 às 21 horas, produtos coloniais e food trucks com itens de alimentação. Já a banda Festerê sobe ao palco às 18 horas e o encerramento fica por conta da Rainha Musical, a partir das 20h30.

Além disso, as cervejarias e cachaçarias locais também venderão seus produtos. “Esse é um momento para celebrar e poder comemorar a cidade que está sendo construída com a ajuda da própria comunidade”, enfatiza o prefeito Martin Kalkmann, .

A programação foi pensada para proporcionar descontração. “É importante valorizarmos e comemorar essa data. A gente quer oferecer alegria e lazer para os moradores”, destaca a secretária de Turismo, Desporto e Cultura, Raiama Trenkel.

O que terá:

• 16h – Abertura do evento
• 16h às 21h – Brinquedos infláveis gratuitos
• 18h – Banda Festerê
• 20h – Rainha Musical