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Paróquia Sagrado Coração de Jesus em Estância Velha tem mais de 250 pessoas abrigadas devido às enchentes

13/05/2024 - 18h57min

Atualizada em 13/05/2024 - 19h11min

Abrigo da Comunidade Católica recebe dezenas de crianças (FOTO: Geison M. Concencia)

Por Geison M. Concencia

Estância Velha – Cerca de 250 pessoas estão na sede da Paróquia Sagrado Coração de Jesus devido às enchentes que atingiram o Estado. As vítimas aguardam as condições melhorarem para retornar aos seus lares. Enquanto isso, elas recebem abrigo, alimento e atendimento médico e psíquico do Município e da comunidade.

O médico Denis Pereira da Cruz, que atende os pacientes que chegam no local, as vítimas das enchentes passam por alguns exames importantes, para ver se foram contaminados com algum tipo de doença, como leptospirose, devido ao contato com a água contaminada.

O médico também comenta que outros medicamentos são fornecidos. Entre eles, há remédios contraceptivos, interrompidos pela cheia dos rios, que destruiu tudo que as famílias tinham em sua casa, incluindo remédios.

“Principalmente quando tem ferimento pelo corpo, ou mulheres, quando a água passa acima da cintura também. A gente está fazendo um tratamento profilático da leptospirose, com doxiciclina, que é o protocolo, as termicínios doxiciclina, para não terem infecções pelo corpo, que é muito comum. E, inclusive, chegam já infectados com alguma doença provocada pelas enchentes, como manchas pelo corpo, que eventualmente aparecem”, explica Cruz.

Mãe passa pela segunda enchente em São Leopoldo

Moradora de São Leopoldo Daiane de Oliveira, com a filha Agata Sofia Moraes, no abrigo da comunidade católica

Há duas semanas, Daiane de Oliveira, de 21 anos, está com a filha, Agata Sofia Moraes, de apenas um ano, na sede da comunidade católica. Ela conta que essa é segunda vez que a casa onde mora é atingida pelas cheias do Rio do Sinos.

Daiane lembra que não esperou a água atingir sua residência para sair. Como o local já tem um histórico de enchentes, na ela procurou imediatamente um refúgio. “No nosso terreno, já tinha um pouco de água. Mas evitei sair com água na cintura.”

“É difícil passar o Dia das Mães em um abrigo e lembrar que não tenho mais a minha”

A moradora de São Leopoldo teve que passar o domingo, no Dia das Mães, em um abrigo temporário. Ela admite que esse não é um sentimento fácil, pois preferia estar em sua casa. Além de estar longe de seu lar, neste dia, ela lembra de sua falecida mãe, que morreu há seis anos.

Doações não param de chegar e comunidade precisa de caminhões para entregar tudo

Equipe de voluntários da comunidade católica

A solidariedade dos brasileiros tem se manifestado nas últimas semanas, com a chegada de milhares de mantimentos para as famílias afetadas pelas enchentes. Padre Alex Graminho Boardman lembra que doações chegam de São Paulo e do Amazonas, em cargas de caminhões. Com o grande número de doações, o desafio agora é entregar todos os recursos as famílias afetadas.

“Eu diria que são dois grandes desafios. O primeiro deles é conseguir localizar os locais que precisam dessas doações. Locais distantes, que possam receber também esses volumes de doação e pessoas que possam, de forma séria, e honesta, receber e distribuir de forma honesta tudo isso. Também precisamos de parceiros, que possam oferecer o seu transporte para fazer chegar essa carga no local certo. Portanto, necessitamos ter pessoas capacitadas e ambientes capacitados para receber. Precisamos de muita ajuda para o transporte de um grande volume de doações”, aponta Boardman.

Nós vamos ajudar essas pessoas até o último momento. Desde quando começou as notícias trágicas, agora que estão fora, e quando elas voltarem”

Padre da Paróquia Sagrado Coração de Jesus, com cerca de cem voluntários, trabalha desde o início das enchentes, com a doação de mantimentos para famílias que precisam de ajuda neste momento. Ele garante que permanecerá no auxílio aos desabrigados. Além disso, deixa uma mensagem de consolo:

“Nós vamos reconstruir tudo isso juntos. O poder, o amor a Deus e a Jesus garantem que vocês não estão sozinhos. Nós os abraçamos com todo o amor do início dessa tragédia até o final, a recomeçar e reconstruir a vida de vocês”, ressalta Boardman

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