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Pedalando para eternizar a memória do Leo em Ivoti
Ivoti – “Doe sangue, medula, amor, esperança, vida”. Essa inscrição estava por todos os lados na manhã de domingo,9 de setembro, no Núcleo de Casas Enxaimel, na Feitoria Nova, em Ivoti. Essas palavras estavam em camisetas, cartazes e na boca das quase 70 pessoas reunidas no local, onde foi dada a largada para o Pedal do Leo. O evento homenageou o jovem Leonardo Schallenberger, que faleceu no dia 8 de junho, vítima de leucemia, aos 19 anos.
Promovido pela família e amigos que Leo conheceu fazendo o que mais gostava – pedalar – , a atividade foi uma maneira de outras pessoas moverem as suas pernas pelo garoto, que antes de falecer, não via a hora de voltar às atividades. “O Leo era puro amor e toda vez que ele voltava de uma quimioterapia, questionava o médico sobre quando poderia voltar a andar de bicicleta”, lembrou Adriana Schallenberger, mãe do rapaz. Adriana ainda acrescentou. “Ver todas essas pessoas reunidas aqui hoje, é como se um dos desejos do Leo fossem realizados. Ele sempre dizia que se todos fossem mais unidos, um número maior de vidas poderiam ser salvas”, concluiu.
Salvar vidas aliás, foi um dos pedidos de Eldon Schallenberger, pai do Leo. Ele observou que existem muitos doadores de sangue, mas poucos de medula óssea. “O SUS libera apenas 35 transplantes de medula por ano, de tão caro que esse procedimento é. O meu filho havia conseguido dois doadores, mas infelizmente estava muito debilitado para fazer o transplante. Queremos mobilizar o número máximo de pessoas, para que nunca falte medula para ninguém. Vamos fazer isso pelo Leo”, prometeu.
Amigos de pedalada
O amigo Edson Luis Schenkel foi um dos idealizadores do evento. Um dos líderes do grupo Pedal de Findi, do qual Leonardo fazia parte, Edson disse que foram três anos ao lado do garoto, inclusive nos eventos beneficentes que faziam. “O Pedal de Findi é acostumado a ajudar aos outros. Eu prometi para o Leo que faria esse evento para ele e hoje estou cumprindo isso, pela nossa amizade”, destacou.
Alexandre Cherpinski foi outro que se aproximou de Leo por meio da paixão pela bicicleta. Alexandre disse que conheceu o rapaz já quando ele estava doente, mas que a força de vontade do garoto o impressionava. “Eu pedalo há três anos seguidos e queria trocar experiências com o Leo, pois essa juventude tem muito a nos ensinar. Lembro que o sonho dele era comprar uma bicicleta speed, aquelas que participam de competições de velocidade. Ele era um menino esplêndido”, frisou.
Homenagens ao guerreiro
Falando em bicicleta, a fiel companheira de Leo, esteve presente no Pedal. O prefeito Martin Kalkmann foi o escolhido para participar da trilha, utilizando a bicicleta do próprio Leonardo. “Foi um pedido da família e me sinto honrado. É uma responsabilidade muito grande estar usando algo tão especial. Sou eternamente grato pela confiança”, descreveu o prefeito.
Antes do Pedal, uma benção foi concedida aos presentes. O diácono Stanislau Vogel, lembrou sobre a importância de se valorizar as pessoas enquanto estão ao nosso lado, e de que precisamos sempre lembrar delas após a sua partida. Após, 20 balões, alusivos a idade que Leonardo estaria completando no dia 2 de setembro, foram soltos pelos seus familiares. Depois do percurso de 12 Km, as cinzas de Leo foram lançadas na Trilha do Confinamento, na divisa de Ivoti com Lindolfo Collor. O trajeto foi batizado de “Caminho do Leo” e foi baseado no itinerário que o garoto fazia pedalando.
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