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Pesquisa nacional mostra que mais de 80 mil demissões podem ocorrer após novo piso de enfermagem

29/08/2022 - 17h01min

Imagem ilustrativa (Créd.: Francis Limberger)

País – Uma pesquisa realizada entre os dias 19 e 23 de agosto com 2.511 instituições mostra o número de demissões e leitos que poderão ser desativados por conta do novo Piso Nacional de Enfermagem. A pesquisa foi feita pela Confederação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos, Confederação Nacional de Saúde, Federação Brasileira de Hospitais, Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica e Associação Nacional de Hospitais Privados.

Segundo os dados, as casas de saúde terão aumento de 60% em suas folhas de pagamentos mensais. Para poder pagar os novos salários, as instituições terão que reduzir o número de leitos em 51%; reduzir o corpo de enfermagem em 77%; reduzir pessoal de outras áreas em 65%; e cancelar os investimentos em 59%.

Estima-se que 20 mil leitos podem ser fechados em todo o Brasil e cerca de 83 mil profissionais serão demitidos.

Sobre o novo piso

No dia 4 de agosto, o presidente Jair Bolsonaro sancionou o novo Piso Nacional da Enfermagem. A remuneração mínima prevê Piso Salarial de enfermeiras e enfermeiros fixado em R$ 4.750,00, o de técnicas e técnicos em R$ 3.325,00, e o de parteiras e auxiliares em R$ 2.375,00. Órgãos públicos deverão pagar os novos salários a partir de janeiro de 2023, porém, os privados devem arcar com o aumento desde já.

O Hospital Nova Petrópolis (HNP), que também é referência para Picada Café e Linha Nova, teve um aumento de cerca de 30% em sua folha, algo em torno de R$ 70 mil mensais, segundo o diretor Mateus Zucolotto. Em um ano, somando 13º salários e férias, os valores chegam perto de R$ 1 milhão, dinheiro que Zucolotto afirma não ter por parte do HNP.

Dessa forma, as instituições buscam alternativas junto às prefeituras e ao Estado para conseguirem honrar com os novos salários. Uma dessas alternativas é começar a pagar este novo piso a partir de 2023, mesmo prazo que têm os órgãos públicos. “Todos os dirigentes consideram justos o novo piso, o problema é que não temos esse dinheiro”, comenta Zucolotto.

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