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Piá pagou R$ 1,6 milhão em máquina que nunca chegou

06/12/2023 - 10h48min

Atualizada em 06/12/2023 - 10h48min

Máquina custaria R$ 7 milhões. Piá pagou R$ 1,6 milhões e a máquina nunca chegou à empresa (CRÉD. GIAN BAUM)

Gasto foi registrado como perda pelos ex-diretores

GIAN WAGNER BAUM

Nova Petrópolis – A operação Via Láctea está apontando irregularidades cometidas na Cooperativa Piá durante a gestão de Smaniotto, principalmente após a reeleição em 2021. Uma nova situação que está sendo apurada é a possível compra de uma máquina de uma empresa da China em 2021.

Uma terceira empresa, de São Paulo, teria intermediado o negócio. O custo do equipamento é de R$ 7 milhões e a cooperativa teria pagado R$ 1,6 milhão de entrada ainda em 2021, porém a máquina nunca chegou. A estranha aquisição foi apontada pela auditoria contratada após a saída da antiga diretoria. Os auditores não encontraram nenhum documento que apontasse o destino do pagamento e o valor foi considerado como uma perda. A auditoria também não encontrou nenhum documento jurídico que indicasse uma tentativa de recuperar o dinheiro gasto, já que a máquina adquirida nunca foi entregue.

 

EMPRESAS INTERLIGADAS – Havia inúmeras empresas que prestavam serviços à Piá que também eram ligadas a membros diretores da cooperativa. Somente o filho de Smaniotto era ligado a duas, uma delas envolvidas na fraude do leilão de veículos. Outros diretores também tinham empresas que prestavam serviços para a Piá e o que a Polícia Civil identificou é que as decisões eram tomadas sempre puxando para o lado da empresa e nunca para a cooperativa, o que acarretou diversos prejuízos. “O que identificamos foi um conflito de interesses nessas relações”, explica o delegado Fabio Idalgo Peres. Uma das empresas investigadas é de transporte que causou teria causado impactos milionários aos cofres da cooperativa.

Jorge Dinnebier é o atual presidente da cooperativa (CRÉD. GIAN BAUM/ARQUIVO)

Presidente fala sobre a operação
O presidente da Cooperativa Piá, Jorge Dinnebier, falou sobre a operação que iniciou após a auditoria interna encontrar irregularidades na cooperativa da época de Smaniotto. “Após assumirmos a gestão da Cooperativa Piá contratamos uma auditoria para averiguar os processos e atividades que foram realizadas em gestões passadas. O resultado encontra-se em segredo de justiça. Além disso, estamos cooperando com as autoridades com transparência e auxiliando nas investigações com o que vem sendo solicitado. Importante reforçar que estamos num processo de reestruturação da Cooperativa e nossos esforços são para que ela volte a ocupar a mesa dos gaúchos. Nossa preocupação é em garantir a sustentabilidade do negócio e olhar para o futuro. Sobre o que ocorreu no passado, cabe aos órgãos competentes definirem o desfecho. Acreditamos que estamos trabalhando para honrar a história de mais de meio século da cooperativa, focando principalmente no que fortaleceu a Piá e em reconstruir este caminho. No momento, buscamos soluções para nossos cooperativados e para a comunidade. O futuro será resultado da reconstrução que estamos fazendo”.

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