Pintura Bauer resgata o legado dos imigrantes alemães no Festival de Folclore

Técnica foi trabalhada na oficina Mãos da Diversidade na última semana

GIAN WAGNER BAUM

Nova Petrópolis – Uma técnica de pintura muito tradicional entre os imigrantes alemães foi rememorada durante mais uma oficina do Mãos da Diversidade. Esta vez, o destaque foi para a Pintura Bauer, também conhecida como Bauernmalerei. A técnica é um estilo de artesanato rústico alemão que remonta ao século XVII. A atividade foi ministrada pela artesã Laura Maria Sehnem Maurer para o público formado por integrantes dos grupos do Pará, Estados Unidos, comunidade e visitantes do evento. “Eu me realizo fazendo esse trabalho artesanal e estou muito feliz em poder transmitir esse conhecimento nesta oficina. É uma forma de preservação das nossas raízes, de deixar esse legado para que as futuras gerações deem continuidade”, expressou Laura Maria Sehnem Maurer.

Artesã há mais de 20 anos, Laura descobriu e despertou seu talento para a Pintura Bauer após sua aposentadoria como bancária. “Fiz um curso oferecido na Biblioteca Pública Municipal na época e me apaixonei. Fui em busca de mais conhecimento, de novos cursos sobre a técnica. Desde então, não parei mais de pintar”, relatou ao dizer que tem peças pelo mundo todo, adquiridas pelos turistas que visitavam Nova Petrópolis e adquiriam suas obras nas lojas de artesanato que teve durante anos na cidade.

Laura explicou a técnica Bauer aos participantes contando que a pintura iniciou com os camponeses alemães, que aplicavam a arte em suas casas, inspirados nos castelos. “Com pinceladas em formato de vírgula e S, os camponeses compunham a pintura, sempre utilizando cores fortes. E tudo com um significado, por exemplo: rosa – vida, trigo – fertilidade, estrela – nascimento, coração – amor e assim por diante”, disse ao citar que a Pintura Bauer pode ser aplicada em diferentes materiais, como madeira, latão, metal, PVC e outros.

TÉCNICAS EXPLICADAS NA OFICINA – A artesã explicou o passo a passo da técnica e os participantes revelaram-se verdadeiros artistas. “A oficina que ensinou a Pintura Bauer foi muito especial, uma forma de reviver os legados que tanto falamos durante o Festival Internacional de Folclore. Quando vimos as obras feitas pela Dona Laura, parecia impossível conseguirmos; mas ela foi muito paciente e generosa ao nos ensinar as técnicas. Não ficaram obras perfeitas, mas todos saíram muito satisfeitos com o resultado”, disse a rainha do Folclore Alemão, Ana Luiza Kuhn. “A oficina Mãos da Diversidade sobre a Pintura Bauer foi um momento muito especial para um novo aprendizado, foi relaxante e terapêutico. E ficamos muito felizes em ver a comunidade de Nova Petrópolis participando deste momento, interessada em aprender e reviver legados que nossos antepassados nos deixaram há 200 anos. Foi muito especial e importante”, concluiu a rainha do Folclore Alemão.