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Prefeito em exercício pede que a população economize água em Santa Maria do Herval
Por Cleiton Zimer
Santa Maria do Herval – A cada dia a situação vai ficando mais crítica. Desde domingo havia previsão de chuva mas, o que veio, foram apenas algumas gotas que nem de longe amenizam os impactos da estiagem até aqui. Desde o início do ano as nuvens sobre o céu trazem esperança, mas, a chuva abundante não vem.
Enquanto isso os agricultores sofrem, vendo, com tristeza, suas plantações padecendo sem ter o que fazer; o milho, que está na fase de formar espigas e grãos está perdendo rentabilidade a cada hora que passa sem chuva. Lavouras de batatas e outras culturas enfrentam os mesmos danos. O investimento alto com os insumos torna a situação ainda mais preocupante.
“Meu cunhado nem plantou milho. Só feijão e, com esta seca, vamos sim perder feijão. É muito triste isso”, lamentou Selani Maria Wingert, da localidade de Nova Renânia. Além disso plantaram 14 mil mudas de acácia no ano passado que ainda estão pequenas, com cerca de meio metro. “Tomara que não vai secar tudo”.
“Não podemos desperdiçar”
O vice-prefeito, secretário de Obras e prefeito em exercício até dia 17 janeiro, Gilnei Capeletti (MDB), diz que a Prefeitura já está cavando poços em Boa Vista do Herval, Linha Marcondes, Padre Eterno Ilges e Alto, procurando por água para abastecer as famílias e os animais. Também estão levando água com caminhão pipa na Renânia, Ilges e Aparecida.
“A situação está complicada. Pedimos que cada morador racione dentro da sua própria casa”, pede Gilnei, explicando que os poços do município ainda estão dando conta de abastecer os moradores, sendo que os afetados pela falta de água até o momento são os que tem poços próprios. “Mas a preocupação é daqui por diante. Está começando a faltar água e estamos em janeiro apenas, a previsão para as próximas semanas não é boa. Não podemos desperdiçar”, alertou.
Agricultura
Lavoura de milho secando antes mesmo de formarem espigas (FOTO: Félix Alles)
O prefeito também lamentou pelas perdas dos agricultores que estão vendo suas plantações sendo perdidas, projetando um grande prejuízo principalmente na safra de milho. O município ainda não decretou situação de emergência, mas Gilnei não descarta esta possibilidade nos próximos dias caso o cenário continue se agravando.
Barragem seca
Está é a atual situação do Rio Cadeia, na Barragem de Herval (FOTO: Cleiton Zimer)
A Barragem de Herval está seca e sem produzir energia elétrica desde o dia 21 de dezembro, de acordo com a CEEE. A comporta está aberta e um pequeno filete de água passa por entre a lama; apesar de a água da represa não ser usada para consumo humano, o cenário permite uma mensuração do quão grave está a situação.
Investimentos e ações ajudam a controlar impactos
Alguns investimentos e ações dos últimos anos ajudam a controlar os impactos da falta de chuva. Gilnei cita o poço instalado na Vila Ferraria que está com uma vazão considerada ótima; a alteração da Lei que baixa o limite de água de 10 mil para 6 mil litros para a taxa de R$ 32 e, após isso, paga se o excedente, incentivando assim a economia. Também foi implantada uma rede de Água na Nova Renânia, que ainda não está ativa, mas deve ser feito nas próximas semanas.
Manutenção de estradas
Com a seca outro problema se torna latente: a manutenção de ruas. “Pedimos paciência da população. Sabemos que várias estradas estão ruins, principalmente as principais. Mas não tem como fazer sem que chova. Se assim já tem poeira, imagina se fizermos a manutenção; vai ficar insuportável para os moradores”, explica Gilnei, destacando que molhar as ruas não é uma possibilidade, principalmente agora, com a falta de água até para consumo humano.