Conecte-se conosco

Geral

Professora presa por agressão em escola é investigada por outros dois casos de maus-tratos

23/08/2025 - 10h09min

A professora foi presa ontem, a cerca de 350 km de Caxias do Sul (FOTO: Polícia Civil)

A Polícia Civil apura novos episódios de violência envolvendo a professora Leonice Batista dos Santos, 49 anos, presa nesta sexta-feira (22) em Palmeira das Missões, no Noroeste do Estado. Segundo a delegada Thalita Giacomiti Andrich, responsável pelo caso, outras duas famílias procuraram a polícia nesta semana relatando que seus filhos também teriam sido agredidos pela educadora no ano passado, quando frequentavam a Escola Infantil Xodó Da Vovó, em Caxias do Sul.

De acordo com os boletins de ocorrência registrados, as crianças, de seis anos, sofreram tapas na cabeça, apertões e beliscões. Os pais já desconfiavam das agressões, mas só agora formalizaram as denúncias.

— São casos de maus-tratos simples, envolvendo crianças de seis anos. Elas teriam sofrido essas reprimendas de forma abusiva, com apertões e tapas na cabeça. Estamos avaliando se esses casos serão investigados no mesmo inquérito ou se serão desdobrados em inquéritos distintos — explicou a delegada.

A prisão de Leonice foi realizada em ação conjunta da Polícia Civil local e da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) de Caxias do Sul. Após ter a casa depredada e invadida, a professora havia se deslocado para o interior de Palmeira das Missões, onde acabou localizada.

Leonice passou por audiência de custódia na tarde desta sexta-feira, mas permanece presa. A Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe) ainda deve decidir se ela será transferida para Caxias do Sul.

Atualmente, a professora é investigada por maus-tratos qualificados por lesão grave, mas não está descartada a possibilidade de o crime ser enquadrado como tortura.

— Estamos esperando um laudo complementar, que vai ser feito daqui a algum tempo. Então, nada impede que no final, tenhamos mais elementos que indiquem que o caso se trata de tortura — afirmou a delegada Thalita Andrich.

Os proprietários da Escola Infantil Xodó Da Vovó, onde as agressões ocorreram, serão tratados como testemunhas no inquérito. A polícia também ouvirá outros colaboradores da instituição. Em relação às crianças, a delegada explicou que não há previsão de depoimentos na delegacia.

— As crianças a gente não ouve na delegacia por conta de uma vedação legal. Se forem ouvidas, serão em juízo, em um depoimento especial, por uma equipe adequada. Essa possibilidade vai ser avaliada em conjunto com o Ministério Público — detalhou.

O prazo para a conclusão do inquérito é de 10 dias, contados a partir da prisão, o que leva o encerramento das investigações até 31 de agosto.

Relembre o caso

A agressão que levou à prisão de Leonice ocorreu na manhã de segunda-feira (18), dentro de uma sala de aula da Escola Infantil Xodó Da Vovó, em Caxias do Sul. Câmeras de segurança flagraram o momento em que a professora bateu com livros na cabeça de um menino de quatro anos. Nas imagens, o aluno aparece chorando enquanto a educadora grita e, em seguida, o retira da sala.

O menino foi levado pelos pais a uma consulta odontológica, que constatou o afrouxamento de seis dentes. O episódio veio à tona após a direção da escola revisar as imagens gravadas.

 

 

Conteúdo EXCLUSIVO para assinantes

Faça sua assinatura digital e tenha acesso ilimitado ao site.