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Quase 150 mil gaúchos enfrentam dificuldades com a seca

16/03/2018 - 09h15min

Atualizada em 16/03/2018 - 09h17min

Mesmo com a chuva desta quinta-feira (15) no Rio Grande do Sul, a estiagem ainda é um problema grave em 31 cidades do estado. Além da falta de água, também falta informação para os municípios e sobra burocracia.

O dinheiro que as prefeituras afetadas poderiam receber para aliviar a situação ainda não chegou. Quase 150 mil gaúchos estão enfrentando problemas.

A Campanha e a Metade Sul do estado são as regiões mais atingidas pela seca. Em Bagé, os 120 mil moradores enfrentam o racionamento de água há 40 dias. No campo, os problemas são ainda mais graves. Em todo o estado, os prejuízos chegam a R$ 1 bilhão.

“A Defesa Civil do estado nos disponibilizou uma pipa de vinil que nós fomos pegar semana passada em Porto Alegre e essa pipa também vai auxiliar na distribuição de água. É uma forma que o município está tendo até que seja possível uma ajuda por parte do estado, que prometeu disponibilizar algumas caixas d’água e cestas básicas, aquilo que o município necessita mais urgentemente”, explica o tenente Ronaldo da Rosa, coordenador da Defesa Civil de Bagé.

Em Hulha Negra, na mesma região, os reservatórios das propriedades estão secando e centenas de famílias só recebem água uma vez por semana do caminhão-pipa. A situação de emergência já foi reconhecida há mais de um mês pela Secretaria Nacional da Defesa Civil.

O estado chegou a enviar 200 cestas básicas, mas ainda há mais mil famílias precisando de ajuda.

“Nós precisamos de uma ajuda imediata. Nós temos que dar solução para o povo”, afirma Renato Machado, Prefeito de Hulha Negra.

Os primeiros efeitos da seca foram sentidos no fim do ano passado. Por isso, muitos municípios decretaram situação de emergência ainda em janeiro, na esperança de agilizar o pedido de ajuda. Porém, algumas cidades estão esperando por esse socorro há mais de dois meses.

A burocracia é apontada pelos prefeitos como o principal entrave para que o pedido de ajuda seja atendido.

“A burocracia atrapalha muito. Já faz 50, 70 dias que nós entregamos a documentação. Foi entregue tudo certinho. Pedimos, mas nada”, diz Leonir Baschi, prefeito de Arroio do Padre.

Representantes de sete municípios gaúchos se reuniram, na tarde de quarta (14), em Bagé. Eles pretendem viajar à Brasília na semana que vem, para pedir ajuda do governo federal.

“A nossa população, principalmente do meio rural, está numa situação crítica e caótica. Isso é um pedido de socorro não só ao governo do estado, mas ao governo federal, que nos estenda a mão, não só com caminhão pipa para a distribuição de água potável as famílias do interior, mas com recursos de custeio, porque hoje nós estamos bancando a questão de levar água para as comunidades do interior. E auxílio com máquinas, para abrir poços como bebedouros para os animais. Nós temos animais hoje morrendo de sede”, conta o prefeito de Pedras Altas, Bebeto Perdomo.

O sub-chefe da Defesa Civil gaúcha, Jarbas Trois de Ávila, explica que há diferenças na documentação enviada ao governo do estado e à União.

Segundo ele, no entanto, cestas básicas e reservatórios de água serão entregues a quem solicitou ajuda em até seis dias úteis, a contar desta quinta-feira (15).

“Estamos em processo de compra de 2,4 mil cestas básicas e 798 reservatórios de água, essas caixas de água azuis de 500 litros. Esses equipamentos devem ser entregues entre 5 e 6 dias úteis a partir de hoje”, afirmou.

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