Queijo com sabor histórico é sucesso de vendas na Expointer

DIÁRIO RURAL | Nova Petrópolis – O queijo Imperial, da Queijaria Tradição, saiu do interior de Nova Petrópolis para ser o grande sucesso do produtor Marcos Seefeld e de sua esposa na Expointer, de Esteio. A nova queijaria, que começou a produção no prédio novo e regularizado em maio, levou seus três sabores ao evento mas um deles se destacou: o Queijo Imperial, que teve o estoque esgotado já nos primeiros dias de exposição.

Com o diferencial de ser feito com leite cru torna o queijo uma raridade até mesmo em feiras, devido à dificuldade e a demora de produção. Além disso, por ser mais burocrático de ser regulamentada a produção, poucas queijarias têm este tipo de produto. O queijo carrega um gosto diferenciado, mais forte, marcante para o consumidor que gosta de produtos coloniais. “Nos surpreendeu a grande venda do queijo Imperial. Foi o primeiro que acabou tudo, lá por terça-feira já não tinha mais”, conta o produtor Marcos Seefeld. “Ele é um queijo maior, e também fica furadinho, tem um aspecto muito bonito que o consumidor gosta”, disse.

Marcos e esposa no estande da Queijaria Tradição na Expointer 2019 (Créditos: Cândido Nascimento)

SABOR HISTÓRICO – O queijo de leite cru vendido com selo da inspeção municipal e da queijaria Tradição é novidade. Porém, o sabor vem de uma receita muito mais antiga que se imagina e nunca deixou de ser vendido, porém antes era só sob encomenda e para amigos e conhecidos.
A receita do queijo sucesso da Expointer é de Werno Seefeld, avô de Marcos e pessoa com quem o empreendedor aprendeu os ofícios do trabalho no campo, tanto com o leite, que também é atividade da família, quanto do queijo. No final da década de 1940, Werno Seefeld, então com 13 anos de idade, perdeu a mãe e devido a situação financeira do pai na época, ele e os seis irmãos foram separados. Werno, que nasceu em Canela, foi parar em Nove Colônias, onde estabeleceu moradia e começar a trabalhar. Ao morar na localidade em Nova Petrópolis, logo começou a trabalhar na Casa de Pedra, que desde 1911 funcionava como armazém, salão de bailes e até hospedaria. Entre tantas utilidades do prédio que hoje é atrativo turístico, também havia um anexo que produzia queijos, e foi lá que Werno aprendeu e desenvolveu a receita, passada para o neto.

A produção de queijos na Casa de Pedra seguiu até os anos 1970, mas o queijo Imperial, que já havia ganho o nome desde sua criação, continuou sendo produzido por Werno e depois pelo neto Marcos, que também assumiu a criação de vacas leiteiras e a produção de leite.

OUÇA A ENTREVISTA COM MARCOS SEEFELD, DA QUEIJARIA TRADIÇÃO – clique para ouvir na íntegra

Maturação maior
O queijo de leite cru precisa seguir regramentos para ser produzido e poder ser comercializado. Entre as regras para ganhar o selo de qualidade, o queijo precisa maturar por 60 dias, um período maior que o de costume. “Como demora essa maturação, a produção é menor deste queijo”, conta Marcos ao explicar que todo o estoque foi vendido na Expointer e agora o que resta é aguardar que os novos queijos imperiais, que descansam nas prateleiras da queijaria em Nove Colônias, fiquem prontos.

Queijo e leite
A família Seefeld começou com a queijaria há pouco tempo, mas já trabalha com leite há muito mais tempo. O leite ainda é o forte da produção da família e a maioria da produção segue sendo comercializada. Um percentual da produção local vai para a queijaria, para a produção dos queijos. A produção própria de leite faz o queijo ser totalmente de Nove Colônias, desde a matéria-prima até o produto pronto com o selo da Queijaria Tradição.

Nos mercados
A Queijaria Tradição tem três sabores de queijo. Além do Imperial, há também o tradicional (colonial) e o temperado. Estes dois são possíveis de serem achados nas gôndolas de supermercados de Nova Petrópolis. O único que não está à venda, por enquanto, é o Imperial pois o estoque acabou durante a Expointer e uma nova remessa está maturando nas prateleiras da queijaria.

Superando expectativas na Expointer
Marcos conta que as expectativas foram superadas em sua primeira participação na Expointer, em Esteio. “Fomos com expectativa alta e superou. O queijo Imperial vendeu muito mais que o imaginado”, avalia.

Quem também teve grandes resultados na Expointer deste ano foi a Sicredi, que reforçou a parceria com o agronegócio. Conforme balanço da instituição, a Sicredi recebeu 868 pedidos de financiamento, o que representou R$ 130,1 milhões com ticket médio de R$ 150.000,00 por pedido. “A Expointer é uma vitrine do agronegócio, onde o produtor conhece o que há de mais avançado no setor. Muitos associados do Sicredi aproveitam as oportunidades da feira para realizar negócios, mas uma parcela significativa retorna a sua região com expectativa de aquisições futuras”, disse o vice-presidente da Sicredi, Márcio Port.