Quem é o motorista que, em alta velocidade, matou a professora Bárbara na BR-116?

Já são duas semanas do ocorrido; docente voltava para casa depois de um dia de trabalho

Por Cleiton Zimer

Duas semanas após o acidente que tirou a vida da professora Bárbara Gisele Koch, 45 anos, a dor ainda é sentida por familiares, amigos e alunos. A tragédia aconteceu na noite de 7 de outubro, na BR-116, entre Estância Velha e Ivoti – a uma semana do Dia do Professor. E a pergunta que ainda ecoa é: quem foi o motorista responsável pela colisão que interrompeu a trajetória da docente?

A reportagem apurou que o condutor do Chevrolet Cruze que invadiu a pista contrária é Tiago Nunes Wagner, 27 anos, morador de Novo Hamburgo. Ele foi socorrido com ferimentos leves.

O impacto que matou Bárbara ocorreu por volta das 22h, no km 232 da BR-116, no bairro Rincão Gaúcho. O Cruze, que trafegava no sentido Novo Hamburgo, invadiu a pista contrária e atingiu frontalmente o Toyota Etios conduzido pela professora, que retornava para casa em Ivoti, após um dia de trabalho na Universidade Feevale. Ela morreu na hora.

A força da batida foi tamanha que o Cruze ainda colidiu com outros dois veículos que trafegavam na mesma pista da vítima — um BYD Dolphin e um Chevrolet Corsa —, ambos sem feridos. O carro de Bárbara capotou e ficou irreconhecível.

Investigação

De acordo com o delegado Rafael Sauthier, de Estância Velha, responsável pela investigação, o relatório da Polícia Rodoviária Federal (PRF) já fornece uma visão boa da dinâmica do acidente – mas, para a conclusão do inquérito, ainda se aguarda o resultado oficial da perícia.

“Já se tem uma ideia da dinâmica. O relatório da PRF foi entregue e dá uma visão muito boa. O Cruze invadiu a pista contrária e colidiu contra o veículo da vítima. Em ato contínuo, bateu em outros dois carros na mesma pista que estava a vítima (pista contrária à que ele vinha). Tudo indica alta velocidade do Cruze”, explica.

O delegado pontua que o motorista do Cruze testou negativo para álcool, mas novos exames serão solicitados para apurar ingestão de outras substâncias.

Sauthier afirmou que a perícia ainda não foi concluída, mas que está cobrando pelos resultados.

Questionado sobre um possível indiciamento de Tiago, afirmou que ainda é cedo para adiantar o viés de conclusão do inquérito policial. “Também não costumamos dar prazo de conclusão. Cada investigação tem seu tempo, o que depende de resultado de perícias e outras diligências. Mas acreditamos que não vá demorar. Estamos priorizando.”

Uma vida dedicada à moda e ao ensino

Natural de São José do Hortêncio, Bárbara dedicou a vida à educação e à moda. Professora do curso de Moda da Universidade Feevale, ela era conhecida pelo entusiasmo com que lecionava e pela capacidade de inspirar os alunos. Também atuou como docente no Senai de Gravataí, ministrando aulas de modelagem e costura.

No início deste ano ela se mudou para Ivoti, para ficar mais próxima da Escola Feevale, onde estudava o filho Samuel, de 7 anos, a quem dedicava grande parte do tempo. Segundo familiares, Bárbara estava cheia de planos, inclusive o de lançar uma marca de roupas própria.

A despedida da professora ocorreu na manhã de quinta-feira, 9 de outubro, no Cemitério Evangélico de São José do Hortêncio, em meio a grande comoção.

Contraponto

A reportagem buscou contato com Tiago Nunes Wagner e com sua defesa, mas, até a conclusão desta matéria na tarde de ontem, ninguém foi localizado. O espaço segue aberto para manifestação.