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Relatos da dor de uma mãe pela perda do único filho
Ivoti – Não, não, não. Essas foram as primeiras palavras que Janete Ohland disse ao médico, quando ele havia lhe informado sobre a morte do filho único, Alison Mateus Franken. Foi difícil para a mãe do jovem de 24 anos aceitar a perda, depois de acordar e ir ao hospital no domingo, 23, receber a notícia.
Quando chegou no Hospital São José, não imaginava que o acidente tinha sido tão sério. Pensava que ele tivesse apenas alguns ferimentos. Mas ao chegar no corredor percebeu que o filho estava na UTI, o que elevou o seu nível de preocupação. “Percebi que tinha uma enfermeira que ficou atrás de mim, acho que temiam que eu desmaiasse. E então o doutor disse, ‘mãe, é muito grave. Ele não sobreviveu,’ falou o médico.”
A mãe comenta que somente aceitou a perda do filho, quando entrou no leito do hospital onde ele estava e viu com seus próprios olhos, que ele não tinha reação. “Batia no rosto dele, tentava abrir os olhos e até fazia massagem cardíaca para tentar reanimá-lo, pois não conseguia aceitar, disse a mãe. Depois de um certo tempo é que Janete assimilou que Alison havia partido.
Acidente
O jovem perdeu o controle do veículo que dirigia e bateu num poste, na Av. Capivara, próximo a divisa com Lindolfo Collor. Alison foi atendido rapidamente pelos bombeiros. Foi levado ao Hospital São José, mas não resistiu.
Velório
Janete comentou da dor de ter que escolher uma urna para o filho. “Nenhuma mãe deveria passar por tanto sofrimento. Quando me perguntaram qual caixão deveria escolher para meu Alison, simplesmente, não tive reação. Não conseguia levantar, apenas fiquei sentada e tentando digerir tudo aquilo. Na hora só pensei que essa seria a última coisa que compraria para meu filho”, conta com pesar a mãe.
Força para seguir em frente
Janete olha as fotos do filho. Uma delas ele está brincando com a mãe com os olhos arregalados. “Queria que aqueles olhos azuis abrissem novamente para mim”. A mãe olha para a foto e não chora. Quando perguntada como seguir em frente, ela responde, “penso que Deus o quis lá no céu e é isso que me sustenta para não desabar. Saber que Deus o chamou para o seu lado, pois ele é muito bom”.
“Queria que aqueles olhos azuis abrissem novamente para mim”.
Janete comenta que as vezes sente uma dor muito forte. “Sabe, as vezes parece que o meu peito vai dilacerar. Fica apertado demais”. Então Janete consegue superar a perda do filho, por intermédio da Fé. “Preciso ser forte, pois o meu marido precisa de mim”, disse.
Quem foi Alison
O jovem de 24 anos era um amante de BMX. Chegou a ser um dos primeiros de Ivoti a ganhar prêmios brasileiros na categoria. Lá fez muitos amigos. Amizade, inclusive, era o que não faltava para Alison. No velório foram mais de 100 pessoas que se despediram do colega. Ele trabalhava na BRF, como ajudante de entregas, profissão que amava, segundo a mãe.
Janete comenta que ele sempre foi um bom aluno, nunca repetiu de ano. Era um filho que gostava de acampar com a família. “Sempre brincalhão, sorridente e amável”, conclui.
Comoção
Nas redes sociais, a morte de Alison foi recebida com muito pesar. Foram muitas as manifestações de homenagens de colegas e familiares.