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RGE cobra quase R$ 60 mil para moradores conectarem rede elétrica em Herval

18/03/2022 - 20h08min

Atualizada em 18/03/2022 - 20h37min

Moradores estão com a casa praticamente pronta, mas, o problema com a RGE está atrasando o sonho (FOTO: Cleiton Zimer)

Por Cleiton Zimer

Santa Maria do Herval – Após meses batalhando, o sonho de finalmente morar na casa própria está por se tornar realidade para Ana Carolina, 30 anos e seu marido Samuel, 32, na localidade de Vila Ferraria. Mas um novo obstáculo surgiu. A RGE, concessionária responsável pela distribuição de energia elétrica, está travando a instalação da rede.

Adigo, Ana Carolina e seu marido estão há meses na luta com a RGE (FOTO: Cleiton Zimer)

O casal construiu ao lado da casa do padrasto de Ana, Adigo Thome, na mesma propriedade. Ele cedeu o terreno para eles. 

A RGE alega que já há uma ligação de energia elétrica na matrícula descrita, o que caracterizaria um segundo ponto e o solicitante teria, então, participação financeira nos custos da obra para atender à solicitação, conforme normas do setor. Para tanto estão cobrando R$ 58.627,71 – para puxar, no máximo, 150 metros de rede.

Entretanto, a análise feita pela empresa é pautada na teoria, embasa em documentos. Os moradores dizem que a energia elétrica da casa de Adigo é apenas uma extensão de rede – por sua vez também precária –, da residência vizinha. Nesta ligação há quatro famílias conectadas (sendo uma caixinha para Adigo e outra caixinha para três moradores – todos enfrentam problemas com a rede fraca). Desta forma, na prática, dizem que não há uma ligação na matrícula de Adigo – mesmo que ele tenha um recibo de luz.

Os moradores não aceitaram pagar a quantia por três motivos: uma porque defendem que naquela matrícula em específico não há nenhuma ligação de energia elétrica; segundo porque o valor de quase R$ 60 mil corresponde ao investimento da casa, construída com muito esforço; terceira, porque a empresa está querendo colocar 10 postes, sendo que o necessário para os 150 metros mal e mal passaria dos 3 postes, de acordo com os moradores.

Agora, como se negaram a pagar o boleto encaminhado pela RGE, os moradores terão de fazer um mapa de georreferenciamento para provar à empresa que, de fato, o poste em questão – onde a rede está conectada, não está na matrícula de Adigo. Para isso terão de desembolsar R$ 1.600 para evidenciar que o que está na teoria da RGE não é o que acontece na prática. Mais um longo caminho pela frente, que atrasa o sonho de ir morar na casa própria.

E o problema segue. Logo ao lado uma outra casa está sendo construída por um familiar. Lá, a RGE falou que os moradores deveriam terminar de colocar ao menos o telhado e, depois disso, ligariam a rede. Fizeram dívidas para concluir a cobertura e, agora, estão enfrentando o mesmo problema – pois também está na mesma matrícula de Adigo.

A rua está com postes de madeira, precários. Os moradores defendem que todos deveriam ser trocados e, por isso, suspeitam que a RGE esteja cobrando os R$ 58.627 para substituir toda a rede – enquanto que eles precisariam de somente 3 postes.

Os moradores já procuraram a Prefeitura e vereadores pois estão nesta função desde maio do ano passado. A prefeita Mara Stoffel disse que o Poder Público não tem como intervir em termos de valores, mas que pode auxiliar na intermediação, o que já estariam fazendo.

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