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Rio Grande do Sul tem três professores na disputa pelo ouro em olimpíada de Matemática

05/11/2025 - 16h21min

Atualizada em 05/11/2025 - 16h39min

No dia 8 de novembro, em um evento online, e no dia 10 de dezembro, em uma solenidade presencial no Ministério da Educação, serão premiados os 20 melhores professores de Matemática do País. Eles serão os vencedores da categoria Ouro na segunda edição da Olimpíada de Professores de Matemática do Ensino Médio (OPMBr) e, como prêmio, viajam para uma imersão na China em maio do ano que vem.

ESTADO – O Rio Grande do Sul tem três professores finalistas da Olimpíada de Professores de Matemática do Ensino Médio (OPMBr), que revelará os melhores professores da disciplina no País. Lucas Santin Bianchin é professor em uma escola estadual de Santo Antônio do Palma; Ruana Maria Schneider, professora do Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRG), no campus Farroupilha; e Marília Luiza Matte, do Colégio Militar de Porto Alegre, estão na disputa.

A solenidade de premiação, quando os 20 premiados na categoria ouro serão conhecidos, acontece no dia 8 de novembro, às 16h, com transmissão pelo canal do YouTube da Sociedade Brasileira de Matemática (https://www.youtube.com/sbmatematica).

Eles passaram por três etapas de avaliação, incluindo uma prova, uma apresentação em vídeo ilustrando o trabalho desenvolvido em sala de aula e uma entrevista que teve, entre os avaliadores, o professor Cristovam Buarque, que é membro do Conselho Acadêmico da OPMBr. 

Os 20 premiados na categoria ouro só serão conhecidos no dia 8. Participaram da Olimpíada cerca de 1,2 mil professores do País. Entre os 40 finalistas, há representantes de diversos estados do País como Minas Gerais, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Sul, Espírito Santo, Piauí, Ceará, entre outros”, explica Adauto Caldara, membro do Conselho Gestor da Olimpíada. 

Como prêmio, em maio de 2026, os 20 professores da categoria ouro participarão de um intercâmbio técnico e cultural de 15 dias a Xangai para conhecer o Centro de Educação para Professores da Unesco (TEC Unesco) na Universidade Normal da China, levando em conta que o país figura sempre entre os de melhor desempenho no PISA. 

O número de premiados – que, na primeira edição, foi apenas de 10 de professores, foi ampliado, levando em conta a qualidade dos finalistas e a parceria firmada com a Shanghai Normal University (SHNU), na China.

Na primeira edição, conseguimos levar os 10 professores da categoria ouro. Este ano, vamos levar 20. É uma oportunidade ímpar de imersão, aprendizado e troca de conhecimento. Nosso objetivo é reconhecer e valorizar iniciativas bem-sucedidas no ensino da Matemática em todo o País, de forma a disseminá-las, trabalhando para melhorar a qualidade do ensino da disciplina e, assim, contribuindo para alavancar a posição do Brasil no ranking mundial, a médio e longo prazo”, considera. 

Depois da viagem de premiação, os professores selecionados vão ministrar workshops de Matemática para outros docentes, de cidades definidas em parceria com o Ministério da Educação.  

Professor Lucas com os alunos Medalhistas

Como surgiu a OPMBr

O Brasil ocupa hoje a 65ª posição no ranking que avalia o ensino da Matemática em 81 países do mundo, de acordo com o Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (PISA). A posição, nada louvável, tem como contraponto um outro dado: o mesmo país que ensina e aprende mal a Matemática no dia a dia das salas de aula do País é parte da elite da Matemática mundial (nível 5 da Internacional Mathematical Union – IMU), com pesquisadores e professores reconhecidos mundialmente.  

A equação mal resolvida mobilizou um grupo de engenheiros do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) na criação da Olimpíada de Professores de Matemática do Ensino Médio (OPMBr), que está em sua segunda edição, com objetivo de reconhecer e valorizar aqueles que nadam contra a maré agora e fazem a diferença ao ensinar Matemática pelo país a fora. 

Data da premiação: 

8 de  novembro, 16  

Canal da Sociedade Brasileira de Matemática no YouTube  

https://www.youtube.com/sbmatematica 

10 de dezembro – Solenidade presencial no Ministério da Educação 

Medalha, computador e visita à universidade = uma professora de Matemática 

Ruana Maria Schneider, do Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRG)

A professora Ruana Maria Schneider é outra finalista e afirma que a participação em olimpíadas quando era uma estudante despertou seu amor pela Matemática.  

Fiquei em primeiro lugar em uma olimpíada realizada apenas na minha cidade, Jaraguá do Sul, em Santa Catarina, e ganhei uma medalha e um computador de prêmio. Tinha 13 anos. Mas o maior presente, que mudou tudo, foi a possibilidade de ir até o campus da universidade federal em Florianópolis. Aquele ambiente de ensino e pesquisa me encantou de forma definitiva. Ali eu escolhi qual seria a minha trajetória”, diz a professora que hoje mora e leciona em Farroupilha, no Rio Grande do Sul.  

Depois, Ruana seguiu estudando, participando de Olimpíadas e hoje leciona em um programa que promove encontros de Matemática entre os alunos para a resolução de problemas. “Em geral, só participam do programa alunos já premiados com medalhas em olimpíadas, mas aqui abrimos vagas também para alunos voluntários que têm interesse pela Matemática, mesmo não sendo medalhistas. O município de Farroupilha teve 96 premiados na OBMEP 2024, e a cidade tem apenas 70 mil habitantes”, conta, com orgulho. 

Como metodologia, ela usa muitas atividades práticas. “Fazemos medições de alturas com trigonometria, trabalhamos com jogos matemáticos, usamos materiais concretos em geometria, entre outras atividades. O que quero é vencer aquela história de que o aluno acha difícil porque não gosta da Matemática ou não gosta da Matemática porque acha difícil, e transpor resistências a partir do encantamento que surge quando se compreende”, ressalta. 

Professor Lucas com alunos

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