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SANTA MARIA DO HERVAL: “Isso é bonito! Enquanto podemos trabalhar, ainda vivemos”

06/09/2024 - 12h07min

Atualizada em 06/09/2024 - 13h39min

João Sevaldo Wendling, 74, e sua esposa Maria Gertha, 71, seguem trabalhando na roça como forma de lazer e complemento de renda, na localidade de Nova Renânia (FOTOS: Cleiton Zimer)

Para o casal da localidade de Nova Renânia, seguir na ativa é sinônimode saúde

Por Cleiton Zimer

Santa Maria do Herval | Se aposentar e descansar? Para que, se há saúde para trabalhar? Ou melhor, quando é o trabalho que dá saúde?

João Sevaldo Wendling, 74, e sua esposa Maria Gertha, 71, são casados há quase 50 anos. Ela nasceu, cresceu e ainda vive na localidade de Nova Renânia, na propriedade que era de seus pais. João é do Tannenwald, em Nova Petrópolis; eles decidiram viver em Santa Maria do Herval e tiveram dois filhos.

Tudo o que conquistaram foi à base do trabalho árduo na agricultura. Hoje, embora aposentados, seguem na lida – não mais com o ritmo de antigamente, mas sem parar. O motivo, claro, é para complemento de renda, afinal, não há quem se sustente somente com a aposentadoria básica.

Mas mais do que isso, é para se manter saudável; afinal, é aquele movimento diário que gera energia, tanto para o corpo e mente.

Isso é bonito! Enquanto podemos trabalhar, ainda vivemos”, afirma Maria, enquanto fazia pastagem para as seis vacas leiteiras que ordenham. João explica que tiram em torno de 130 litros de leite diariamente.

Maria e João trabalham na roça desde a infância e assim seguem

Desafio diário que dá forças

Desta forma, todos os dias acordam cedo, ainda de madrugada, lá por volta de 5h30. Tomam um café e vão para a lida. Seis horas as máquinas já estão tirando leite.

Hoje é tudo automático. Mas antigamente não era tão simples.

O trabalho todo era manual, exigindo força e principalmente resistência para ficar longas horas tirando o leite com as mãos. E ficava ainda mais difícil no inverno.

Maria conta que aprendeu a ordenha ainda criança, aos oito anos, e desde então nunca parou. João recorda que, quando criança, cavalgavam até a escola e no lombo do cavalo levavam as jarras de leite para deixar no ponto de coleta.

Fazer pastagem para os animais faz parte da rotina diária deles

De tudo um pouco

Eles herdaram o ofício dos antepassados no cultivo de batata, milho e feijão – e assim continuaram depois ao casar. “É pesado. A roça não é um serviço fácil, mas é bonito”, fala Maria.

Hoje ainda plantam de tudo um pouco, mas focam mais no milho e pastagem para os animais. “Não trabalhamos mais tanto. Mas parar não dá”, destaca João.

Seus filhos ajudavam enquanto estavam em casa. Mas a roça não é mais a mesma, é difícil para os jovens seguirem no ofício, então, é necessário trilhar outros caminhos.

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