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Sérgio Scarpato: Consumo por impulso
Os shopping centers que sempre foram os templos do consumo por impulso por despertarem desejos de consumo em todas as categorias de clientes, agora estão perdendo espaço para os supermercados. Pesquisa realizada pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) mostra que 34% dos entrevistados admitem gastar mais do que o planejado quando estão em supermercados contra 25% em shopping centers. As lojas online e sites de compras coletivas apareceram em terceiro lugar, com 19%.
As compras sem planejamento são uma prática em todas as classes sociais, com predominância para a classe C.
As classes de menor poder aquisitivo sempre destinaram maior parte de seus orçamentos para o supermercado, como alimentação e itens de necessidade da casa. Com a ampliação do poder de consumo no Brasil, essa parcela da população passou a adquirir novos produtos em suas compras.
A transformação dos supermercados em estabelecimentos amplos e com maior variedade de produtos é uma das razões que explicam o porquê de tantos consumidores perderem o controle do orçamento quando visitam esses lugares. Hoje os supermercados oferecem em suas gôndolas produtos que vão além de itens básicos para alimentação da família, higiene e limpeza da casa. As grandes redes de supermercados investem cada vez mais para despertar o desejo de consumo e as estratégias vão desde ofertar produtos diferenciados até a maneira mais atrativa de organizar os produtos nas prateleiras. As famosas comidas preparadas na hora, cujo cheiro se espalha por todo supermercado, despertando um desejo consumista quase irresistível.
Alguns hábitos inapropriados podem contribuir para o descontrole nas compras, como não fazer uma lista de compras antes de sair de casa ou até mesmo levar filhos pequenos para os supermercados. Pelo menos 26% dos entrevistados afirmam que não resistem às pressões dos filhos e acabam enchendo o carrinho com mais produtos do que deviam.
Os produtos que mais são comprados por impulso, segundo a mesma pesquisa são: roupas (56%), calçados/ acessórios (43%) e perfumes/ cosméticos (29%). Os supermercados são verdadeiros paraísos para as pequenas compras e é comum o consumidor supor que uma compra desnecessária de baixo valor não vai pesar no orçamento, o que é um grande erro.
Para o equilíbrio das finanças familiares é fundamental que todas as compras sejam precedidas de um planejamento e da pergunta crucial: preciso mesmo comprar isto?