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Só 46% das vagas de jovens aprendizes estão preenchidas
Há mais de 65 mil oportunidades de emprego que deveriam ser ocupadas por jovens com idade entre 14 e 24 anos no estado, mas somente 46% destas vagas estão preenchidas. Isso porque nem todos os locais cumprem a determinação da Lei da Aprendizagem, que diz que empresas de médio e grande porte têm que reservar 5% das vagas para os jovens aprendizes.
De acordo com a legislação, mais de 26 mil empresas gaúchas teriam que contratar esse público. O Ministério do Trabalho está notificando empresas de 39 municípios do Rio Grande do Sul para que cumpram a determinação. O controle do preenchimento das vagas é feito pelos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Em Caxias do Sul, na Serra, 352 empresas foram notificadas.
“A empresa que não cumprir será autuada e ao mesmo tempo notificada para que no prazo de 30 dias cumpra a obrigação legal”, afirma a auditora fiscal da aprendizagem, Denise Brambilla.
Em uma fábrica de Caxias do Sul, para participar de uma ala que emprega e qualifica os jovens aprendizes, a pessoa precisa estar estudando e passar em uma seleção. Eles começam no curso de iniciação profissional, dos 14 aos 16 anos. Já dos 16 aos 18, a qualificação é para a fabricação de autopeças, veículos e implementos rodoviários e ferroviários. A estudante Ketlen Alana Kovalski diz que a oportunidade está sendo importante para o seu aprendizado.
“É muito bom, porque tu leva pra vida toda, pode usar em todos os lugares, tanto aqui na empresa como fora, começa conhecer novas ferramentas e saber como utilizar elas”, afirma.
Os cursos são em parceria com o Senai. Os jovens que participam conseguem aprender na teoria e na prática como é a linha de produção e conseguem vivenciar o dia a dia da empresa.
“Eles usam o mesmo ônibus, eles almoçam conosco. Claro que tem a proteção do jovem, isso é o que a gente procura fazer e salientar, mas o mais importante é sentir esse movimento de uma empresa, como ela opera, a importância da disciplina, a questão de como funcionam os processos internos”, afirma o diretor de tecnologia e inovação, Sandro Trentin.
De acordo com a gerente de RH e comunicação corporativa Fernanda Godolfim, a chance de contratação ao final do curso é alta.
“Já passou 800 jovens desde 2005 onde a gente tem o qualificar, e em torno de 75% deles são absorvidos internamente quando concluem o curso”, explica.
Para o analista de compras Leonardo Schwaizer, que conseguiu o primeiro emprego depois de participar do Jovem Aprendiz, a experiência diária faz toda a diferença.
“Primeiramente um crescimento profissional, mas por ser uma grande empresa a gente cresce pessoalmente também. Trabalho em equipe, aprende a se portar de uma forma diferente”, afirma.