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“Só confirma que tinha fundamento para acontecer”, diz vereador sobre CPI do hospital
Dois Irmãos – A denúncia feita pelo Ministério Público de Dois Irmãos contra o Instituto de Saúde e Educação (Isev), na qual aponta que diretores do instituto desviaram mais de R$ 24 milhões do hospital de Dois Irmãos e de outras cidades para uma conta laranja através da Associação São Bento, não tem nenhuma ligação direta com a investigação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara de Vereadores. No entanto, as duas apurações iniciaram por circunstâncias semelhantes: a falta de transparência nas prestações de contas, atrasos com pagamentos e depósitos de direitos trabalhistas e outras dificuldades de atendimento em razão da “crise financeira” do Isev.
A CPI não apontou a criação de uma conta laranja, mas mostrou, segundo o relato Joracir Filipin, disparidades nos números apresentados. O relatório final da CPI do hospital tem 68 páginas, que é um resumo do trabalho que iniciou no ano passado e encerrou em junho deste ano, contendo cerca de 4.500 páginas. Ao longo deste processo da Câmara, foram ouvidas 34 pessoas, entre elas, a prefeita Tânia da Silva, vice-prefeito Jerri Meneghetti, presidente do Isev, Juarez Ramos dos Santos, médicos, fornecedores e ex-funcionários. A CPI investigou a gestão do Isev de março de 2014 a novembro de 2018. Conforme o relatório, houve má gestão por parte do instituto e omissão por parte da prefeitura, que sabendo de tudo que estava acontecendo manteve o contrato, em vez de tomar uma atitude. Na Câmara de Vereadores, o relatório final foi arquivado, pois a maioria não concordou com todos os pontos citados, assim como questionaram que não foi cedido espaço para defesa do Isev após a conclusão. A conclusão apontou, por exemplo, que o Isev obteve um “lucro” de 11 milhões, o que para os vereadores também não ficou claro. Mesmo com o arquivamento, o relatório foi encaminhado ao Ministério Público.
“Que os culpados sejam punidos”
A abertura da comissão para investigar a gestão do Isev iniciou com polêmica na Câmara de Vereadores. Na primeira votação, ela foi aprovada pela maioria. No entanto, chegou a ser enterrada antes mesmo de começar. A situação acusou que Filipin perdeu prazo para iniciar os trabalhos e o petista rebateu que não conseguiu encontrar o vereador Sérgio Fink para realizar a primeira reunião com a presença dele e de Léo Buttender (que compareceu). Após reprovação para dar andamento a ela, Filipin entrou com recurso no Judiciário e a Câmara foi autorizada a dar prosseguimento. Sérgio, que também queria investigação da gestão da Dr. Homero, e Léo, pediram para deixar a CPI. Quando a investigação terminou, além de Filipin, integrava a comissão Paulo Fritzen e Elony Nyland. “Tentaram evitar que a CPI acontecesse, mas por tudo que estava acontecendo, havia motivo suficiente para que a mesma fosse feita. Acredito no trabalho do promotor e, vamos ver se no final, a conclusão dele também será de que houve improbidade administrativa. Só queremos que os culpados sejam punidos, pois há muitas pessoas que estão por receber, seja fornecedores, médicos e até mesmo ex-funcionários”.