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Terceira Idade: Aos 95 anos, dona Ely conta o que faz para se manter ocupada

16/04/2022 - 14h05min

Aos quase 96 anos, dona Ely faz questão de tomar conta da administração financeira de casa | Foto Carla Fogaça

“Adoro passear, mas principalmente receber visitas”

Por Carla Fogaça

Dois Irmãos- Os dias da dona Ely Emília Schneider Vier, 95 anos, são bem parecidos, mas para ocupar o tempo ela tem uma tarefa que não abre mão. Acorda toma seu café, preparado pelo genro Marcos Kuhn, e após, entre um chimarrão e outro, começa a leitura no jornal. Ela, que só fala em alemão, tem um pouco de dificuldade em entender a escrita em português, mas isso não a impede de se manter informada. “Devagar vou lendo o Diário durante o dia todo”.

Cheia de saúde e bem lucida dona Ely é mãe de seis filhos, três já falecidos, tem 17 netos e os bisnetos e tataranetos ela já não lembra a quantidade. Nasceu em Brochier, na época que pertencia a Montenegro, casou aos 18 anos com João Walter Vier e em 1979 mudaram para Dois Irmãos. “Dois dos meus filhos vieram para cá e disseram para a gente vir que era bom. Na época morávamos em Maranata”, relembra.

Antes da mudança o casal se dedicava aos trabalhos na roça e com a vida nova dona Ely arrumou emprego no Hospital, onde cozinhava e fazia a limpeza e depois foi merendeira em uma creche. “Eu ia do bairro União até perto da delegacia a pé para trabalhar. Foram cinco anos e meio e depois me aposentei”.

Casa cheia e muita alegria

Há 22 anos o esposo faleceu e desde então a filha Lucila e o genro Marcos foram morar com Ely. “Ela não queria ficar sozinha e então viemos, agora faz três anos que minha esposa faleceu e eu continuei com ela. Cuido da casa, dela e faço comida. A tarde vem uma cuidadora e aos fins de semana me revezo com minhas filhas, as netas dela”, explica Marcos.

Segundo Ely, é um prazer passear, mas principalmente receber visitas. “Com a pandemia estranhei bastante, porque adoro casa cheia, mas agora aos poucos estamos voltando a visitar parentes e eles e os amigos também estão vindo aqui”, conta dona Ely.

Mais que um genro, um filho

Para Ely o genro que mora com ela é como um filho. “A gente se dá bem e nunca brigamos”, conta em meio ao riso. Marcos diz que é uma honra fazer companhia para ela e mesmo com algumas limitações para caminhar, Ely é forte e esbanja de muita saúde.

O genro Marcos e dona Ely fazem companhia um para o outro

“Isso é o que me mantêm ocupada”

A rotina de um idoso, principalmente em meio a pandemia, é bem previsível, mas para sair um pouco do habitual dona Ely gosta de jogar cartas com a cuidadora, assiste a missa pela televisão e ler a programação das missas e cultos no Diário.

Mas quando questionada sobre o que ela acredita ser o segredo de uma vida sadia ela disse que é o fato dela ainda conseguir administrar as finanças. “É algo que eu gosto de fazer, pagar as pessoas, como a minha cuidadora e serviços, como a assinatura no jornal, ter o controle disse é bom para a mente. Quero chegar aos 100 anos fazendo isso”, declara.

Para o genro, este é um dos segredos que ajuda dona Ely a ser saudável. “Ela faz isso com prazer e se sente útil. Claro, a gente cuida alimentação, tentamos sempre comer bem, o coração dela é forte, tem boa memória, mas este detalhe, com certeza, faz a diferença para ela”, diz Marcos.

Mesmo sem saber falar em português dona Ely não deixa de se arriscar na leitura do Diário

Aniversário está próximo

No próximo dia 23, dona Ely completa 96 anos. “A gente sempre comemora nesta data porque foi quando eu nasci, mas fui registrada somente em 9 de junho e na certidão consta está data. Antigamente o que valia no documento era quando os pais iam registrar e não o dia de nascimento mesmo”, explica.

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