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‘Todo mundo tem que pagar’, diz trabalhador do Centro de Porto Alegre sobre ‘pedágios’ cobrados por facção criminosa

06/09/2019 - 15h23min

No Centro de Porto Alegre, muitas pessoas precisam pagar taxas a uma facção criminosa para poder trabalhar. A Polícia Civil realizou uma operação nesta sexta-feira (6) após descobrir como o grupo atua. Ao todo, 15 pessoas foram presas – oito nesta manhã, e outras sete durante as investigações.

A reportagem foi até a Rua Voluntários da Pátria, onde conversou com trabalhadores sobre o problema. As pessoas que foram ouvidas confirmam a situação.

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“São ambulantes, pessoal que trabalha com frutas, banca de frutas, restaurante, lancheria, loja, loja de roupa, todos aqui na baixada (…) Todo mundo tem que pagar. Por semana, por dia, mensal”, diz uma dessas pessoas, sem se identificar.

Um dos comerciantes ouvidos pela reportagem conta que trabalha na região há quase 30 anos.

Outro ambulante, sem saber que estava conversando com um repórter, explicou o fato de não poder oferecer celulares naquela região.

“Tem que pagar, né pai”, explica. “‘Tu paga’ por semana pra trabalhar (…) 50 [reais].”

Outro vendedor ambulante, também sem saber que está falando com um jornalista, foi mais direto ao falar como funciona a lei paralela do Centro de Porto Alegre.

“Na real, os caras até cobram para trabalhar (…) Daí se te pegar vendendo, vão achar que ‘tu ta’ aí há um tempão, vendendo sem pagar, os caras pegam e te matam”, afirma.

Cobrança vai além do comércio

Não é somente de pessoas que atuam no comércio que a facão cobra pedágio. Escutas realizadas pela polícia revelam que garotas de programas que atendem em salas de galerias na região são obrigadas a pagar uma taxa diária.

Em uma dessas ligações investigadas, uma arrecadadora da facção faz o intermédio da conversa entre uma garota de programa que não quer pagar o valor cobrado e o chefe da organização, que está na prisão.

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“Ela disse que não (…) Ela falou que vai descer lá pra chamar o segurança e falar com o segurança”, conta a arrecadadora ao chefe, sobre a atitude da garota.

Fonte: G1

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