Uma história que começou no Vale Direto em Dois Irmãos, foi até as Missões e voltou

Uma vida de muito trabalho, superação e força de vontade

Dois Irmãos

Bruno Wingert

Contar uma boa história muitas das vezes não tem hora nem lugar. É o caso da aposentada Nelci Gallas de 73 anos, que divide um pouco da sua trajetória pessoal e profissional. Com muita superação e trabalho, ela conseguiu durante toda a sua vida superar as adversidades e seguir em frente.

Nelci é a filha do meio, de dez irmãos de uma família tradicional do Município. Com o tempo ela também teve duas filhas, Adriana e Andreia, que lhe deram o maior presente, quatro lindos netos Eduarda, David, Augusto e Antônio.

TRABALHO DESDE CEDO

Natural da cidade, Nelci cresceu no bairro Vale Direito, e desde criança ajudava seus pais na roça. Eles tinham criação de porcos e, como era antigamente, todas os novos tinham que ajudar seus pais logo cedo. “Desde os seis anos precisava pegar o balde com água para dar para os porcos”, lembra.

CURIOSIDADE COM O NOME

Quando já estava indo na escola o seu nome chamou a atenção. Sempre soube, ouvindo da sua mãe, que seu nome se escrevia com a letra “s”. Mas ao ir para escola e reprovar em uma matéria a curiosidade tomou conta. Como era boa aluna, não havia sentindo ela ser reprovada. Então o pai de Nelci foi até a escola e viu que sua filha tinha sido reprovada por escrever o nome errado.

O que aconteceu foi que quando o pai de Nelci foi registrar o nome no cartório, ele a registrou com “c”, e na certidão de batismo estava com “s”, e a menina na época escrevia como sua mãe lhe ensinou.

“Como estava registrado no batismo, naquele tempo o que valia mais era a certidão”, destaca ela. Muito estudiosa ela tinha certeza que não tinha reprovado, tanto que depois que descobriram o erro, ela fez uma prova e tirou uma das melhores nota da turma. “Fizeram uma prova comigo de 47 alunos e tirei o terceiro lugar”, conta.

Campo Bom

Em 1975, Nelci acabou se mudando para Campo Bom, onde foi morar com seu ex-marido e pai das suas filhas. Por lá ela trabalhou durante 11 meses na fábrica de Calçados Catleia, como recortadeira. Já grávida da sua primeira filha, ela não podia fazer muita força. Então começou a trabalhar de casa fazendo sapato e ponto de celeiro. “Ganhava dois três salários, naquela época tinha muito serviço”.

Missões

Seu ex-marido era vendedor de calçados e viajava muito. Em um dia ela foi convidada por ele para ir morar em Cândido Godói. Foi resistente, mas acabou indo morar para lá.

Na nova cidade teve de encarar situações diferentes. Foi responsável por cuidar da Loja Calçados Novo Hamburgo. “Tinha que vender para sustentar minhas filhas para poder comer. Começamos com sapato, depois investimos em meias e camisetas.Dava bom lucro trabalhar na loja.”

Nelci precisou se reinventar, aprender a administrar um negócio fora de seu município sem conhecer ninguém. “Não foi fácil, não conhecia o pessoal de lá, foi um aprendizado muito grande.”

SANTA ROSA

Em 1986, Nelci se mudou novamente, agora para Santa Rosa, onde já divorciada ela foi trabalhar de faxineira. Sua filha estava fazendo um curso de enfermagem e ela muito persistente e batalhadora foi junto para acompanhá-la.

Nelci e suas maiores paixões ler livros

Já nos anos 2000 a família resolveu voltar para suas origens e retornar para Dois Irmãos. Com suas filhas já grandes, voltaram para seguir suas vidas por aqui, e também Nelci pode ficar novamente próximos dos seus parentes.