Por Cleiton Zimer

Santa Maria do Herval – Na última sessão da Câmara, o vereador Cleidir Arnold (MDB) usou a tribuna e manifestou indignação com uma situação ocorrida no posto de saúde de Boa Vista do Herval nessa semana. Um morador teria procurado-o alegando ter esperado por atendimento médico por mais de duas horas e saiu sem ser atendido; disse ainda que além dele não havia ninguém no posto recebendo atendimento médico naquele período.

“Ele fez a ficha antes das 10h, a secretária pediu para o médico se ele atenderia e ele disse que sim. Era quase meio-dia quando ele saiu de lá e não foi atendido e não tinha ninguém. O médico simplesmente estava na sala, não sei o que ele estava fazendo, mas ele deixou esperar mais de duas horas e o paciente não foi atendido”, disse o vereador. O paciente teria saído por ter outros compromissos e, de tarde, foi procurar atendimento no Centro.

Cleidir Arnold (FOTO: Cleiton Zimer / Arquivo O Diário)

Cleidir disse que tem um grande profissional em Boa Vista do Herval, mas que é preciso melhorar em alguns prontos, “principalmente no atendimento e já tivemos muitos problemas em cumprir horários. São esses tipos de coisas que revoltam a população”. Frisou ainda que medidas mais sérias não podem ser tomadas por conta da “estabilidade dentro do concurso público”.

O vereador Félix Alles (PDT) disse que foi procurado pelo mesmo morador e ressaltou que é necessário apurar o que houve. Orlando Schneider (MDB) relatou que na semana anterior ficou 40 minutos esperando para pegar uma receita “e não tinha ninguém, quase fui embora”.

Saúde emitiu nota sobre o ocorrido

O Posto de saúde emitiu uma nota sobre o ocorrido. Ela foi encaminhada à reportagem através da secretária de Saúde, Tânia Vier Alles. O comunicado contradiz, em primeiro lugar, os horários anunciados pelo vereador. “O paciente chegou a ESF às 10h40 solicitando atendimento médico e não estando em situação de risco de vida. O médico da ESF já teria atendido 12 pacientes na manhã. Devido a um mal estar solicitou que aguardasse para o atendimento”. A nota continua, dizendo que às 11h40 o médico chamou o paciente mas esse já não se encontrava mais na unidade, tendo saído às 11h36 sem falar com a enfermeira. “Todos esses horários temos como comprovar. Não foi negado atendimento. Só teria que esperar”.

O documento ainda enfatiza a importância de comunicar aos pacientes que quando um médico está dentro do seu consultório com as portas fechadas não significa que não está fazendo nada. “Eles tem a responsabilidade de fazer as regulações dos pacientes que foram encaminhados para atendimento com especialista e, por isso, precisam de tempo pois este contato é por telefone e só pode ser feito no horário de trabalho”.

Outro ponto destacado é que, muitas vezes, o profissional está atendendo um paciente pelo WhatsApp o que demanda atenção. Ainda diz que antes de chamar o paciente ele olha o prontuário, registra o atendimento, faz as receitas dos pacientes que esqueceram de solicitar em tempo e precisam logo. O documento destaca que além de atualizar receitas, o médico se reúne com a equipe de enfermagem e agentes de saúde para estar ciente dos pacientes e definir prioridades nas visitas domiciliares, orientando sobre condutas para atender bem a comunidade.

Ao final, a nota destaca que “a pressão de que se o médico está no consultório tem que atender é uma realidade de muitos estabelecimentos de saúde”. Solicita, portanto, a compreensão de que o médico atende diversos casos, uns graves e outro nem tanto, e que “em uma época onde estamos vivendo sob pressão de pandemia, o esgotamento profissional da saúde, merecem um intervalo por direito”.

Ao concluir, destaca que os profissionais são médicos por escolha e capacidade, para atender seres humanos e, também, são humanos. “Quem conhece o médico do ESF Boa Visa do Herval sabe do seu profissionalismo”, finaliza a nota.