Notícias
Habemus Papam: cardeal Robert Francis Prevost é eleito Papa Leão XIV, sucessor de Francisco
A fumaça branca subiu da chaminé da Capela Sistina, no Vaticano, no fim da tarde desta quinta-feira (8), por volta das 13h (horário de Brasília), anunciando ao mundo que os cardeais reunidos em conclave elegeram o novo papa. Pouco depois, o cardeal protodiácono fez o aguardado anúncio oficial com a tradicional frase em latim: “Habemus Papam” — “Temos um papa”.
Papa Leão XIV
O escolhido foi o cardeal Robert Francis Prevost, que adotará o nome de Papa Leão XIV, tornando-se o 267º pontífice da Igreja Católica e sucessor de Francisco, falecido em 21 de abril. A eleição foi concluída no segundo dia de conclave, iniciado na quarta-feira (7), após um dos 133 cardeais eleitores alcançar a maioria de dois terços dos votos — ao menos 89 indicações.
Neste momento, os sinos da Basílica de São Pedro repicam, celebrando a escolha do novo líder espiritual dos mais de 1,4 bilhão de católicos no mundo.
Primeira aparição
Cerca de uma hora após a fumaça branca, o nome do Papa Leão XIV foi anunciado. Neste momento, às 14h25, ele faz sua primeira aparição na sacada central da Basílica de São Pedro. Como manda a tradição, ele deverá conceder sua primeira bênção Urbi et Orbi (“à cidade e ao mundo”), marcando oficialmente o início de seu pontificado.
Desafios à frente
O novo papa assume o comando da Igreja Católica em um momento de grandes desafios. Além das crises internas e da queda no número de fiéis em regiões tradicionalmente católicas, a instituição enfrenta pressões crescentes para responder a temas delicados como abusos sexuais, papel das mulheres na Igreja, acolhimento de minorias e questões ambientais.
A escolha de Prevost reflete o consenso entre cardeais de diferentes partes do mundo, que vinham considerando candidatos de perfis diversos da Europa, América Latina, Ásia e África.
Perfil do Papa Leão XIV
Nascido nos Estados Unidos, Robert Francis Prevost é conhecido como o “pastor de duas pátrias” devido à sua atuação missionária no Peru durante os anos 80. Essa experiência lhe conferiu fluência em espanhol e um profundo entendimento da Igreja na América Latina, tornando-o um potencial representante das Américas como um todo. Sua experiência pastoral em regiões de grande diversidade cultural e social tem sido vista como um ponto forte em sua liderança.
Atualmente, Prevost ocupa o cargo de prefeito do Dicastério para os Bispos, uma posição estratégica que lhe permitiu conhecer profundamente a estrutura da Igreja e participar ativamente na nomeação de bispos ao redor do mundo. Essa experiência global, aliada ao seu engajamento com as questões da Igreja, é vista como uma grande vantagem para o pontificado, pois demonstra sua capacidade de liderança e compreensão internacional da instituição.
Em uma entrevista ao site do Vaticano, Prevost enfatizou sua visão sobre o papel dos bispos: “O bispo é chamado autenticamente para ser humilde, para estar perto das pessoas que ele serve, para caminhar com elas, para sofrer com elas e procurar formas de que ele possa viver melhor a mensagem do Evangelho no meio de sua gente.”
Sua trajetória na Igreja também inclui sua formação na Ordem Agostiniana, o que lhe confere uma dimensão contemplativa e missionária. Contudo, sua candidatura enfrentou desafios, como a tradicional resistência à eleição de papas americanos, em razão do peso político que isso poderia representar, e também críticas internas sobre sua condução em investigações de casos de abuso na Igreja.
Apesar disso, analistas apontam que Prevost representa uma vertente mais progressista da Igreja americana, alinhada com movimentos carismáticos e sensível a questões como imigração e justiça social, o que pode indicar uma nova direção para o pontificado nos próximos anos.
Agora, com a decisão tomada e o novo pontífice apresentado ao mundo, a expectativa se volta para os rumos que o Papa Leão XIV dará à Igreja nos próximos anos.