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HERÓIS: Policiais militares salvam bebê engasgado em Dois Irmãos

27/08/2025 - 07h17min

Atualizada em 27/08/2025 - 07h20min

Logo após o susto, o pequeno Arthur já recebeu alta do hospital. A família se reencontrou com os policiais e fez questão de agradecer (FOTO: Bruno Wingert)

A ação rápida dos policiais salvou a vida do pequeno Arthur, de apenas 10 meses

Por Cleiton Zimer

Dois Irmãos – O relógio marcava o meio-dia de terça-feira (26) quando um pedido desesperado de socorro chegou à sala de operações da Brigada Militar em Dois Irmãos. Do outro lado da linha, uma mãe aflita informava que o filho de apenas 10 meses estava engasgado.

Vanessa Kirsch, 31 anos, dava almoço ao pequeno Arthur, 10 meses, seu primeiro filho com o marido Eduardo, 37. O bebê acabou engasgando e, rapidamente, apresentou sinais de sufocamento. A língua já estava roxa. Sem saber como agir corretamente, Vanessa correu pelas escadas do prédio em busca de ajuda, enquanto vizinhos percebiam a movimentação.

O chamado e a resposta rápida

Na sala de operações, o soldado Delevati repassou a ocorrência à viatura que estava nas proximidades, composta pelos soldados Marcos e Alves. Enquanto a guarnição se deslocava, o próprio operador passava orientações por rádio à mãe, ensinando como posicionar a criança de bruços e tentar realizar as primeiras manobras de desobstrução das vias aéreas.

A viatura chegou em poucos minutos à rua Santo Antônio da Patrulha.
“Foi bem tenso. A sala informou que havia uma criança engasgada e a mãe não sabia o que fazer. Nós estávamos descendo a rua Esteio, dobramos na Irineu Becker e logo chegamos ao prédio. A mãe já vinha descendo as escadas em prantos, com a criança no colo, e praticamente nos entregou o pequeno nos braços”, recorda o soldado Alves.

A manobra salvadora

Arthur já estava sem ar, tentando respirar. Os policiais iniciaram rapidamente a manobra de desengasgo (Heimlich). Primeiro, o soldado Marcos posicionou o bebê de bruços e deu as palmadinhas indicadas pela técnica. Em seguida, Alves assumiu a ação, repetindo os movimentos e erguendo o bebê.
“Eu saí para a rua com ele no colo. Quando bateu o vento no rosto, Arthur respirou fundo e chorou bastante. Esse choro foi o maior alívio que já senti”, descreveu o policial, visivelmente emocionado.

A corrida ao hospital

Mesmo após o choro, os policiais embarcaram imediatamente rumo ao Pronto Atendimento. “Avisei na rede para a sala ligar ao hospital e abrir as portas, porque estávamos chegando em emergência. A equipe já estava pronta e nos recebeu imediatamente”, relatou Alves.

A médica, ao examinar o bebê, confirmou que ele já estava em bom estado. Ela informou que o choro era normal, pelo susto, e que graças à agilidade dos policiais ele chegou bem.

Gratidão e emoção

Após exames de praxe, Arthur recebeu alta ainda na tarde de terça-feira. Os pais puderam levá-lo para casa e, mais tarde, receberam a visita dos policiais que haviam salvado a vida do menino. Vanessa, emocionada, deixou registrado:

Soldados Delevati, Marcos e Alves com o pequeno Arthur horas após o ocorrido (FOTO: Bruno Wingert)

“Agradecemos imensamente a agilidade e prestatividade de todos os policiais que salvaram a vida do nosso pequeno Arthur. Na ida ao hospital já relataram para toda a equipe médica que já estava nos esperando em prontidão para nos ajudar. São verdadeiros anjos da guarda. Que Deus os abençoe”.

O olhar dos heróis

Para o soldado Alves, que é pai de dois meninos, a experiência teve um peso especial:
“Eu já precisei usar essa mesma manobra em casa, quando meu filho era bebê. Então, poder ajudar outra criança é muito gratificante. Todos nós nos colocamos no lugar dessa mãe”.

Ele também destacou o espírito coletivo que presenciou no momento:
“Foi bonito ver todos unidos: a mãe tentando, os vizinhos preocupados, a sala de operações orientando, a equipe médica já em prontidão. Quando o ser humano quer mesmo ajudar, a gente consegue resolver muitos problemas na sociedade”, afirmou.

A ação serviu também como lição de vida. Alves reforçou a importância de os pais conhecerem a técnica correta: “Tem que colocar o bebê no antebraço e bater de cima para baixo com força, porque os pais muitas vezes têm medo de machucar. Mas é melhor quebrar uma costelinha do que perder uma vida”.

Reconhecimento institucional

O comandante da Brigada Militar em Dois Irmãos, tenente Elton Dhein, fez questão de elogiar a equipe envolvida. “A Brigada Militar segue atuante, em diversas frentes, sempre à disposição da comunidade”, afirmou.

Um reencontro marcado pela gratidão

Horas depois do susto, o clima já era de alívio. No mesmo local em que tudo aconteceu, a família recebeu os policiais que salvaram Arthur. O bebê, sorridente, posou para fotos junto de seus heróis de farda. Os pais entregaram lembranças em sinal de agradecimento, gesto simples, mas carregado de emoção.

 

 

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