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Homem diz que foi induzido a mentir sobre negligência médica em Santa Maria do Herval

25/07/2024 - 10h30min

Atualizada em 25/07/2024 - 10h35min

Prefeitura divulgou imagens para demonstrar que não teve demora no atendimento. Na primeira, a mulher chegando. Na segunda, o médico indo a atender na sala de triagem.

O caso ganhou repercussão e parou na Delegacia

Por Cleiton Zimer

Santa Maria do Herval | No final do mês passado um casal do município foi até a redação do Jornal O Diário, em Dois Irmãos, fazer uma denúncia. Liane Frohlich, 42 anos, estava grávida de sete semanas, de gêmeos, e sofreu um aborto.

Segundo ela e o marido Sildonei Kroetz, 46, teria ocorrido negligência no atendimento do Ambulatório 12 de Maio na noite do dia 22, o que teria, conforme relatado, contribuído para a perda dos bebês.

Eles estavam num baile da linguiça na localidade de Boa Vista do Herval. Ela notou um sangramento e, imediatamente, foram até o Ambulatório. Disseram que lá, no entanto, ocorreu demora no atendimento.

Afirmaram que o médico estava dormindo e que tiveram que esperar por cerca de 15 minutos para serem atendidos, e que o médico a atendeu na enfermaria.

Além disso, contaram que inicialmente os orientaram a ir de condução própria para o Hospital Geral de Novo Hamburgo, e que só após insistirem a Prefeitura os levou – e que chegando lá, não tinha sido feito o encaminhamento por parte do Herval, o que teria gerado nova demora. A internação ocorreu e, no domingo de manhã, ocorreu o aborto.

Prefeitura diz que atendimento foi em 3 minutos

No entanto, a Prefeitura destacou que não houve demora. E, através das imagens do circuito interno do Ambulatório, explicou que a paciente foi atendida em três minutos, entre a chegada dela, passagem na triagem e ação do médico. Ocorreu demora de cerca de 40 minutos para iniciarem o deslocamento para Novo Hamburgo, pois Sildonei teve que ir para casa buscar roupas e documentos.

O médico Mauro Nor Billodre, responsável pela equipe, também afirmou que todos os procedimentos padrões foram adotados, sem demora. E lamentou que ocorreu o aborto. “Posso assegurar que não houve atraso no atendimento e o transporte foi realizado pelo veículo da prefeitura, sendo encaminhada a paciente imediatamente para um hospital referência para uma avaliação com obstetra.

 Disse que foi induzido a fazer declarações inverídicas

O caso ganhou repercussão e a Prefeitura fez um registro na Delegacia de Polícia Civil. Ao ser questionado, Sildonei relatou que estava muito nervoso pela perda dos filhos e que “se deixou levar pelos conselhos do motorista da ambulância da Prefeitura, Plínio, e dos irmãos Jackson e Anderson Lindemann, para que procurasse o Jornal O Diário e fizesse declarações inverídicas.” Na delegacia admitiu o que chamou de “erro”, e que pretendia se retratar publicamente.

 CONTRAPONTOS DOS CITADOS

A reportagem procurou os nomes citados. Plinio Wagner é motorista que levou os pacientes para Novo Hamburgo. É ex-vereador e chegou a ser apresentado como pré-candidato ao Legislativo neste pleito. “Eu apenas fiz meu trabalho, meu serviço, não tenho nada a declarar”, disse, afirmando não saber do assunto.

Anderson Lindemann, empresário, também negou. “Eu apenas estava na loja quando ele veio falar. Não falei em nenhum momento que procurasse o Diário”.

Jackson Lindemann, empresário e presidente do Partido Progressistas (PP) do município, que tem candidato à majoritária neste pleito, disse que estão tentando lhe atingir num assunto com o qual não tem relação. “Talvez porque seja um líder da oposição. Tenho as provas da verdade com várias testemunhas, whats e filmagens. Não vou permitir que usem meu nome nesta politicagem, justamente tudo que eu sempre tenho dito para evitar. Todos serão processados e vão pagar por estas mentiras. Sempre estive na frente de várias instituições, sempre ajudando a comunidade, estás mentiras não vão me abalar, mas tenho certeza que com está politicagem barata não se ganha uma eleição, e mesmo que nem serei candidato.

Jackson afirmou ainda que a família citada precisa de ajuda “e não para ser usada em politicagem.”

Disse, por fim, que tem amigos em todos os partidos e que, até então, nunca teve problemas. “A política deve ser em cima de propostas e não de politicagem. Todos sabem que sou presidente do maior partido de oposição e que sempre fui parceiro para arrumar recursos para o município, sem olhar quem está lá, por este contexto todo fico assustado com estás calúnias.”

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