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Lindolfo Collor: aliado do prefeito diz que vice mal sabe escrever o nome

12/08/2019 - 15h10min

Atualizada em 12/08/2019 - 15h13min

Lindolfo Collor – O prefeito Wiliam Winck (Progressistas) promete reagir, a partir desta segunda-feira, ao pedido de impeachment feito por quatro partidos políticos da cidade. Embora contido e tentando transparecer tranquilidade, ele sabe que se se manter passivo será derrotado e terá o mandato cassado.

A Câmara de Vereadores já deu o recado: sete dos nove vereadores concordam com a abertura do processo por supostos atos de improbidade administrativa em razão do não pagamento integral do duodécimo (verba destinada à Câmara) e o excessivo gasto com a folha de pagamento. Os vereadores precisam de apenas seis votos para derrubarem o prefeito.

As primeiras reações do prefeito e de aliados vieram atrás de declarações, no último sábado, durante reunião política realizada na Sociedade Capivarense. Apesar de pressionado pelo pedido de impeachment, o prefeito Wiliam Winck reuniu integrantes do Progressistas para uma reunião de apresentação de conquistas do governo e das metas para 2020, ano de eleição. A reunião já estava programada e tinha o objetivo de apresentar as conquistas do governo e começar o diálogo para as eleições de 2020.

MÁGOA
Em conversa com o Diário, Winck classificou como “sem fundamento” o pedido formulado pelo PT (partido do vice-prefeito Gilmar de Quadro), MDB, PRB e PTB. O prefeito alega que a questão do duodécimo está sendo discutida na Justiça, por meio de uma ação movida pelos próprios vereadores, e o apontamento do Tribunal de Contas (TCE/RS) sobre a folha, será derrubado com a apresentação da defesa. Para Winck há um equívoco do TCE ao incluir como gasto com pessoal o pagamento dos médicos terceirizados, que atuam nos postos de saúde.

O prefeito classifica o pedido de impeachment, sobretudo, como uma retaliação da ex-secretária de Educação, Martina Presser, que foi demitida no começo de abril. “Ela ficou magoada, mas não estava mais funcionando como ela estava tocando a Educação”, pontuou Winck.

O chefe do Executivo disse, ainda, que antes de demitir a secretária do PT, chamou o vice-prefeito e ofereceu outros cargos na administração. “Disse pra ele assumir a Secretaria de Esporte, que é o chão dele, pedi para que seguíssemos trabalhando junto”, explicou.

Alcírio insinua que vice-prefeito é
semianalfabeto, depois pondera

A reação mais polêmica, contudo, ficou por conta do vereador Alcírio Wiedthauger, aliado de Wiliam na Câmara. Na mesma reunião, o vereador foi o primeiro a falar e abriu o seu discurso tocando no assunto do momento. Depois de se dizer triste pelos “sete inimigos que tem na Câmara”, referindo-se aos vereadores que votaram pela abertura do processo de impeachment, Wiedthauger colocou que “às vezes, dá vontade de jogar o boné”.

Na sequência, o parlamentar atacou o vice-prefeito Gilmar de Quadro, o Gordinho, por conta de declarações dadas ao Diário na última sexta-feira. Na entrevista ao Diário, Gordinho disse que estava preparado para assumir a Prefeitura caso o prefeito Wiliam seja cassado.

Para Alcírio Wiedthauger, o vice-prefeito é limitado e tem dificuldades de assinar o próprio nome. “Como um cara desses quer dizer que está preparado para assumir como prefeito?”, disparou.

Após o evento, Alírio tentou remendar sua declaração na reunião política. “Sinceramente, admiro ele como vice, como amigo e desportista, mas hoje a legislação é muito complexa. Ele não sabe o que é uma Lei Orgânica, o que é um orçamento ou uma Lei de Diretrizes (Orçamentárias).

Como prefeito ele não tem condições”, declara. E emenda: “ele precisa colocar uma cadeira do lado pra Martina (ex-secretária de Educação) administrar… Nos 15 dias de férias do Wiliam, quem administrou foi a Martina”, disse.

Martina: “estou surpresa,
agora sim fiquei magoada

A ex-secretária Martina Presser, secretária do PT e quem assinou o pedido de cassação do prefeito pelo partido, se mostrou surpresa com a declaração de Wiliam. Martina disse que não foi o PT, tampouco ela, quem iniciou o movimento para propor o impeachment. “Isso é um absurdo, estou surpresa com essas declarações e agora sim estou magoada”, avisou.

Martina explicou que o PT foi procurado pelos demais partidos (MDB, PTB e PRB) para discutir a conjuntura política local, quando souberam da intenção dos demais partidos.

Em relação às declarações de Alcírio, direcionadas ao vice-prefeito, Martina Presser entende que não pode falar em nome do colega de partido, mas diz que fica “triste ao ouvir isso”. Ela colocou que Gordinho tem certa dificuldade de, por exemplo, palestrar, mas insinuar que o mesmo é semianalfabeta “já é demais”.

O Diário não conseguiu falar com Gordinho ao longo do final de semana.

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