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Morador de Rondônia guarda com carinho a gaita leiloada por Porca Véia

23/06/2020 - 09h44min

Ivoti – As lembranças de um ídolo são guardadas com carinho por seus fãs. Desde momentos marcantes até objetos que fazem recordar. Porca Véia faleceu recentemente, mas sua trajetória marcou a história de muitos de seus admiradores.

Entre eles está Guilherme Galvane Batista. Catarinense de Orleans, mas que vive há mais de três décadas no município de Vilhena, no estado de Rondônia, Guilherme foi o comprador de uma gaita leiloada por Porca Véia. E o mais impressionante: trata-se de um instrumento vendido durante o último show em que o artista participou em vida, a live solidária do Grupo Cordiona, realizada no final de maio, arrematada em R$ 34 mil.

Comemoração da chegada e tristeza da despedida

Mas a riqueza de detalhes desta história não termina no ato do arremate. Recentemente, o catarinense de 36 anos foi um dos milhares de brasileiros infectados pelo Coronavírus. Guilherme chegou a ficar internado por três dias em São Paulo, mas como seu quadro de saúde não apresentava gravidade, permaneceu em isolamento. Foi durante esse período que o instrumento do ídolo chegou até sua residência, na cidade de Vilhena/RO.

Na última quinta-feira, 11, já recuperado do coronavírus, Guilherme retornou para casa. No dia seguinte, pôde dedicar seu tempo a abrir e comemorar a lembrança marcante da carreira no nativista gaúcho. A alegria, no entanto, deu lugar à tristeza. Enquanto desfrutava do novo xodó, arriscando algumas notas, recebeu a notícia que a pouco mais de 2.800 quilômetros dali, Porca Véia se despedia da vida.

Toda essa situação fez com que o valor emocional do instrumento representasse ainda mais importância para Guilherme. “Eu quero deixar a gaita como herança para meus filhos. Esta lembrança eu não vendo por dinheiro nenhum”, afirmou.

Amizade antiga

Apesar de passar toda a vida longe do Rio Grande do Sul, onde Porca Véia construiu a maior parte do seu legado musical, Guilherme conta que o gosto pela música do gaiteiro vem desde pequeno. “Surgiu nas minhas origens, em Santa Catarina. Nós ouvíamos Os Bertussi e dali foi crescendo o interesse pela música nativista. Passamos a acompanhar o Porca também”, conta.

Nem mesmo a mudança para o outro estado, ainda mais distante, fez com que o interesse pela música tradicionalista gaúcha diminuísse. “Acabamos fazendo uma amizade com o Porca e ele chegou a vir tocar em bailes e nos meus aniversários e do meu pai também”, disse Guilherme.

E foi esta amizade, aliada aos anos de admiração pelo trabalho de Porca Véia, que levou Guilherme a adquirir o instrumento. “Acompanho o trabalho há muito tempo e, inclusive, estive no baile de lançamento do último CD, em Ivoti, no ano passado. Por isso comprei para ajudar eles”, disse ele.

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