Morre Miguel Uribe, pré-candidato à presidência da Colômbia baleado durante evento de campanha

O senador colombiano Miguel Uribe, de 39 anos, morreu nesta segunda-feira (11), cerca de dois meses após ter sido baleado na cabeça durante um discurso eleitoral em Bogotá. Ele estava internado desde 7 de junho na Fundação Santa Fé, na capital do país, onde passou por cirurgias e tratamento intensivo.

Uribe foi atingido por três disparos enquanto discursava em um evento de campanha no bairro Fontibón, na capital colombiana. Na ocasião, o ataque foi registrado em vídeo por participantes. As imagens mostram o momento em que os tiros interrompem a fala do senador, seguido por socorro imediato.

Inicialmente, ele apresentou recuperação gradual e estava em estado estável até sábado (8), quando sofreu uma hemorragia cerebral e teve piora clínica.

A esposa de Uribe, María Claudia Tarazona, lamentou a morte em publicação no Instagram: “Você sempre será o amor da minha vida. Obrigada por uma vida cheia de amor. Descanse em paz, amor da minha vida. Eu cuidarei dos nossos filhos.” Ele deixa um filho pequeno e três filhas adolescentes da esposa, que ele considerava como suas.

Seis suspeitos foram presos pelo ataque, e a polícia aponta um grupo dissidente da extinta guerrilha Farc como possível mandante. Um adolescente de 15 anos foi apreendido, suspeito de ser o autor dos disparos.

A vice-presidente da Colômbia, Francia Márquez, lamentou a perda e condenou o atentado: “Hoje é um dia triste para o país. A violência não pode continuar a determinar o nosso destino. A democracia não se constrói com balas ou sangue; constrói-se com respeito e diálogo.”

O presidente Gustavo Petro, à época do ataque, classificou o crime como “um atentado não apenas à integridade pessoal do senador, mas também à democracia, à liberdade de pensamento e ao exercício legítimo da política na Colômbia”.

Quem foi Miguel Uribe
Miguel Uribe era neto do ex-presidente colombiano Julio César Turbay (1978–1982) e filho da jornalista Diana Turbay, morta durante um sequestro ordenado por Pablo Escobar. Filiado ao partido Centro Democrático, liderado pelo ex-presidente Álvaro Uribe (sem parentesco), anunciou em outubro de 2024 sua pré-candidatura à presidência para as eleições de 2026, com a intenção de suceder Petro, de quem era um crítico ferrenho.