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O dia em que um presidente da República ouviu “Amigos Para Sempre” em Ivoti

01/07/2019 - 17h06min

Atualizada em 02/07/2019 - 11h31min

Ivoti Um dia histórico merece momentos especiais e foi o que os amigos do vice-presidente da República, General Hamilton Mourão, tentaram fazer durante sua passagem por Ivoti, na noite de sábado (29).

O Diário acompanhou e traz os bastidores da visita – já que o político não atendeu a imprensa – de General Mourão que, até a data de ontem, estava presidente da República em exercício, por conta da viagem do presidente Jair Bolsonaro ao Japão, onde participou do encontro do G20, que reúne líderes das 20 maiores economias do mundo.

O vice-presidente veio a Ivoti participar de um jantar com um grupo de amigos dos tempos em que Mourão serviu quartel no 16º Grupo de Artilharia de Campanha Auto Propulsado (16º GAC AP), em São Leopoldo.

Na época, entre o final da década de 70 e início da década de 80, Mourão era apenas Tenente do Exército, mas já era uma figura reconhecida pelos seus comandados como um homem exemplar e bem-humorado.

EUFORIA: “OLHA COMO CHEGA UM PRESIDENTE”

O clima entre os amigos de General Mourão era de euforia antes de sua chegada e se transformou em um ato de reverência quando o vice-presidente chegou à casa do anfitrião acompanhado da esposa Paula, que também é militar da reserva.

O político chegou, por volta das 19h30, em um comboio formado por nove carros pretos, e mais uma ambulância do Samu. Em torno de 25 pessoas integravam a comitiva de Mourão, sendo que 20 eram seguranças e os demais assessores diretos do político.

Um dos amigos de Mourão, que estava com o restante da turma na varanda da residência, se entusiasmou a cena. “Cara, olha como chega um presidente”, disse aos demais. O grupo permaneceu em silêncio, reverenciando o momento.

No hall de entrada da casa, Mourão não escondeu a alegria de estar entre os amigos veteranos (FOTO: ISAÍAS RHEINHEIMER)

“É DIFÍCIL CHAMAR DE GENERAL”

Antes da chegada de Hamilton Mourão os amigos do 16º GAC relembravam das histórias vividas ao lado do militar. Talvez as histórias estivessem sendo revistas pela milésima vez, mas nesta oportunidade, tinham um peso especial, pois, o “velho amigo de 79” agora era general e, nada mais nada menos, do que a segunda personalidade mais importante do Brasil.

Entre uma conversa e outra, um dos amigos deixou escapar: “mas é difícil chamar (Mourão) de coronel, né, chê!”. Todos riram. A frase tem uma justificativa. É que quando a turma se conheceu, Mourão ainda era Tenente do Exército. Apesar de toda a rigidez que existe no militarismo, quando a amizade se sobrepõe à carreira, é quase como uma mãe que trata seu filho adulto como ‘meu filhinho’ eternamente.

O papo beirando a nostalgia seguiu até que, pelas tantas, um deles se deu conta. “Quem diria, estamos no meio da História do Brasil”, exclamou, ao passo que outro sublinhou, fazendo pausas entre as sílabas: “e-mo-cio-nan-te!”.

Mourão cumprimentou de maneira afetuosa todos os amigos (FOTO: ISAÍAS RHEINHEIMER)

Toque militar, hino do Flamengo, carta e “Amigos Para Sempre”

Ao ser recepcionado, na casa de um militar aposentado no Jardim Planalto, o vice-presidente Mourão foi recebido com toque de corneta, denominado de “Comandante do Exército”, seguido do hino do Flamengo, clube do coração do general. A missão de entoar os sons ficou a cargo do trompetista Luiz Otávio, conhecido como Feijão, músico profissional formado pela Escola de Música da OSPA.

Na mesma noite, os “amigos de 79” leram uma carta onde expressaram o carinho e a admiração que sentem pelo agora vice-presidente. Após a conclusão da leitura, feita por todos e ensaiada previamente, fizeram rodar a música “Amigos Para Sempre”, para reafirmar o compromisso de lealdade e de carinho pelo Comandante Mourão.

PROVOCAÇÃO: “VOU DAR UM BRADO,
QUERO VER SE A TURMA RESPONDE”

No toque da corneta, Mourão e os amigos prestaram continência à bandeira do Brasil (FOTO: ISAÍAS RHEINHEIMER)

Logo na chegada, Mourão saiu a cumprimentar os amigos. “Silvestrin! Que satisfação”, disse ao reencontrar o tenente com quem compartilhou alguns momentos da sua carreira militar em São Leopoldo. “Cadê o Schneider?” questionou Mourão, em alto e bom tom. Schneider era um de seus subordinados, que hoje é um veterano que cultiva a tradição gaúcha.

Após o toque de corneta, para celebrar a chegada de um chefe de Estado, Mourão disparou. “Pessoal, vou dar um Brado aqui e quero ver se a turma responde… Brasil!”. Eles não vacilaram e completaram a frase: “Acima de tudo!”. “Ah, então tá bem!”, finalizou o general.

O que o Diário escutou da carta lida ao vice-presidente

“(…) Agradecemos seus ensinamos, que foram essenciais na formação do nosso caráter e dos homens que hoje somos.

Através do seu exemplo, do jeito Mourão de ser, com sua ética, caráter inflexível, disciplina, conduta irreparável, inteligência, estratégia, lealdade, dignidade, honra, e acima de tudo, seu amor pela Pátria, com um patriotismo incontestável, um dos homens mais corretos e justo que já conhecemos.

Foi um privilégio servi-lo e agora vê-lo fazendo parte da História do Brasil. É uma honra fazer parte da sua vida e poder chamá-lo de amigo. Amigo de sempre e tão grande homem. Conte sempre conosco. Somos 100% Mourão!”

Camiseta deu lugar à faixa em homenagem ao Comandante

Essa não foi a primeira vez que o general Hamilton Mourão esteve em Ivoti. No ano passado, em agosto, em meio a campanha presidencial, o então candidato a vice-presidente da República participou de uma confraternização com os “amigos de 79” no mesmo local.

Na época, Mourão começava a ganhar notoriedade no Brasil por ser o candidato a vice de Jair Bolsonaro e por dar uma e outra declaração polêmica à imprensa, mas sua passagem por Ivoti não teve nenhuma importância, a não ser para os amigos de sempre, que o recepcionaram com uma faixa “Comandante Mourão” em frente à residência.

Neste ano, com o general na vice-presidência, nada de faixa para chamar a atenção de curiosos. Desta vez, apenas um canto do jardim da casa estava ornamentado com faixas nas cores verde-amarelo para dar destaque à bandeira do Brasil ali colocada. “Somos amigos de exatos 40 anos e a turma sempre manteve o contato, mas de uns cinco anos para cá nos reaproximamos e começamos a promover encontros como este que acontece hoje”, disse o anfitrião, Aurélio.

Não teve faixa, em compensação, o grupo decidiu fazer uma camiseta comemorativa ao 3º Encontro Bateria Comando (BC 79). Na parte de trás, constava o nome de todos os integrantes do grupo. O general recebeu uma camiseta assinada por todos os amigos, mas também deu seu autógrafo. “Hoje a Artilharia (fazendo referência ao 16º Grupo de Artilharia) está no poder”, brincou o vice-presidente ao começaram a assinar as camisetas dos amigos.

General recebeu camiseta assinada e distribuiu autógrafos (FOTO: ISAÍAS RHEINHEIMER)

Vizinhança pediu pizza e disputou torneio de sinuca

Foram poucas as pessoas que se dirigiram até a frente da casa em que estava o vice-presidente. “Nossa rua ficou um pouco mais famosa, né? Olha, para nós é um orgulho ter uma pessoa importante assim perto da nossa casa. É um momento único, não sei se irá se repetir”, disse o bancário Otávio Adams, 51 anos, que mora em frente à residência onde Mourão esteve na noite de sábado.

Enquanto Hamilton Mourão confraternizava com amigos, a vizinhança manteve a rotina. Na casa ao lado, ainda quando o general tirava fotos com os amigos, um motoboy estacionou para fazer a tele-entrega de uma pizza. Já os gritos vindos do outro lado da rua, se devia uma confraternização entre amigos marcada por um torneio de sinuca.

Rotina se manteve inalterada na vizinhança apesar da visita ilustre na rua (FOTO: ISAÍAS RHEINHEIMER)

 

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